Investing.com - O Itaú (SA:ITUB4) BBA prevê que o IPCA de 12 meses cairá para 4,9% em fevereiro, ficando abaixo dos 5% pela primeira vez desde julho de 2012, quando somou 4,92%. Desde então, da segunda metade do primeiro mandato do governo Dilma, passando por seu impeachment e o início do governo Temer, o índice permaneceu acima desse patamar.
O banco projeta que o dado mensal de fevereiro será de 0,47%, metade desse valor vindo do grupo de educação, como resultado do ajuste anual das mensalidades. Com esse valor, o Itaú BBA aposta em IPCA de 12 meses de 4,9%.
A meta de inflação do país é de 4,5%, patamar que não é alcançado desde setembro de 2010. Ao todo, são 76 meses que o IPCA de 12 meses gira acima da meta oficial. Durante esse período, o índice superou em diversos meses a banda superior da tolerância de 6,5%, patamar que retornou em dezembro do ano passado. Para este ano, a tolerância caiu para o limite de 6%.
Neste período, a inflação disparou até alcançar a máxima de 10,71% em janeiro do ano passado, com a liberação dos reajustes preços administrados, que vinham sendo retidos nos anos anteriores.
Para controlar a inflação, a Selic foi elevada a 14,25% pelo Banco Central sob o comando de Alexandre Tombini, patamar que permaneceu entre julho de 2015 e agosto do ano passado. Já com Ilan Goldfajn à frente do BC e com a recessão derrubando os preços, a taxa de juros foi reduzida até os 13% atuais.
Em janeiro, o índice mensal ficou em 0,38%, menor patamar para o mês desde início do Plano Real. No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 5,35%. Nos preços administrados, a maior pressão de alta veio dos ônibus urbanos, planos de saúde e da gasolina; já nos livres subiram com mais força alimentação no domicílio e serviços.
A desaceleração da inflação reforça a tese de maior ritmo no corte da Selic, que em janeiro foi de 0,75 p.p., contra 0,25 p.p. nas duas reuniões anteriores do Copom.
O próximo encontro está marcado para os dias 21 e 22 de fevereiro e as apostas estão em novo corte de 0,75 p.p., o que levaria a Selic a 12,25%, menor valor desde janeiro de 2015. Uma corrente minoritária no mercado já acredita em corte de até 1 p.p. nesta reunião.