Preços do petróleo sobem quase 3% com escalada do conflito Israel-Irã; resposta dos EUA segue incerta

Publicado 19.06.2025, 19:26
Atualizado 19.06.2025, 19:30
© Reuters. Extração de petróleo em Trigueres, Françan14/06/2024nREUTERS/Benoit Tessier

Por Amanda Stephenson

CALGARY (Reuters) - Os preços do petróleo subiram quase 3% nesta quinta-feira, com a escalada da guerra aérea entre Israel e Irã, que já dura uma semana, e com a incerteza sobre o possível envolvimento dos EUA, que manteve os investidores nervosos.

Os contratos futuros do petróleo Brent subiram US$2,15, ou 2,8%, para US$78,85 por barril, seu maior fechamento desde 22 de janeiro.

O petróleo bruto U.S. West Texas Intermediate para julho subia US$2,06, ou 2,7%, para US$77,20 às 14h30 (horário de Brasília).

Os volumes de negociação foram fracos na quinta-feira, devido a um feriado federal nos EUA.

Israel bombardeou alvos nucleares no Irã nesta quinta-feira, e o Irã disparou mísseis e drones contra Israel depois de atingir um hospital israelense durante a noite.

Não houve sinal de uma estratégia de saída de nenhum dos lados, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmando que os "tiranos" de Teerã pagariam o "preço total" e o Irã alertando contra a participação de "terceiros" nos ataques.

A Casa Branca disse nesta quinta-feira que o presidente Donald Trump decidirá se os EUA se envolverão no conflito entre Israel e Irã nas próximas duas semanas.

Essa perspectiva fez com que os preços do petróleo subissem ainda mais, disse Rory Johnston, analista e fundador do boletim informativo Commodity Context.

"O consenso (no mercado) está se formando cada vez mais de que veremos o envolvimento dos EUA de alguma forma", disse Johnston.

O Irã é o terceiro maior produtor entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, extraindo cerca de 3,3 milhões de barris por dia de petróleo bruto.

Cerca de 18 milhões a 21 milhões de bpd de petróleo e derivados passam pelo Estreito de Ormuz, ao longo da costa sul do Irã, e há uma preocupação generalizada de que os combates possam interromper os fluxos comerciais.

O risco de grandes interrupções no fornecimento de energia aumentará se o Irã se sentir existencialmente ameaçado, e a entrada dos EUA no conflito poderá desencadear ataques diretos a navios-tanque e à infraestrutura de energia, disse Helima Croft, analista da RBC Capital.

Na quinta-feira, o JP Morgan disse que um cenário extremo, no qual o conflito se estende para a região mais ampla e inclui o fechamento do Estreito de Ormuz, poderia resultar em um aumento dos preços do petróleo para US$120 a US$130 por barril.

Mesmo que as tensões no Oriente Médio se acalmem nos próximos dias, os preços do petróleo provavelmente não voltarão para a faixa de US$60 que estavam negociando há um mês, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.

"Acho que isso (o conflito) tira o petróleo de sua complacência", disse Flynn. "Eu diria que o mercado está subestimando o risco geopolítico."

Mas a DBRS Morningstar disse em uma nota nesta quinta-feira que espera que qualquer aumento abrupto no preço do petróleo seja temporário. Um preço mais alto do petróleo exacerbará os ventos contrários para a economia global e para a demanda de petróleo, então conforme o conflito recuar, o prêmio de guerra será esvaziado e os preços sofrerão um ciclo de baixa, disse a DBRS.

A principal autoridade russa do setor de petróleo disse nesta quinta-feira que os produtores de petróleo da Opep+ devem prosseguir com os planos de aumentar a produção, observando o aumento da demanda no verão. O vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak disse em um fórum econômico em São Petersburgo que a Opep+ deve executar seus planos com calma e não assustar o mercado com previsões.

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