Por Joan Faus
BARCELONA (Reuters) - A região espanhola da Catalunha realizará uma eleição antecipada em 12 de maio, após o Parlamento regional rejeitar a proposta orçamentária do governo separatista minoritário, afirmou o chefe do governo catalão, Pere Aragonès, nesta quarta-feira.
A eleição para os 135 membros do Parlamento regional pode ter implicações para a política nacional porque o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, depende dos partidos separatistas catalães Esquerda Republicana de Catalunha (ERC) e Juntos para aprovar leis.
O separatismo catalão tem sido um tema dominante na política espanhola na última década.
A eleição havia sido originalmente marcada para fevereiro de 2025, no fim do atual mandato legislativo.
“Em 12 de maio, cidadãos catalães escolherão entre responsabilidade e irresponsabilidade”, disse Aragonès, que lidera um governo de minoria do ERC, em um discurso pela televisão, chamando os partidos que haviam se oposto à sua proposta orçamentária nesta quarta-feira de “irresponsáveis”.
O projeto de lei tinha o apoio do Partido Socialista da Catalunha, mas foi rejeitado pelo resto da oposição.
O anúncio da eleição foi feito na véspera de uma votação na Câmara da Espanha sobre um projeto de lei de anistia para ativistas e autoridades pró-independência envolvidos na tentativa separatista da Catalunha na última década. É amplamente esperado que o projeto seja aprovado.
O mais famoso beneficiário da anistia deve ser o líder do Juntos, Carles Puigdemont, que liderava a Catalunha em 2017 quando a região declarou independência unilateralmente. Ele acabou fugindo para a Bélgica para evitar processos e tem vivido em um exílio auto-imposto naquele país desde então.
Autoridades do Juntos já disseram que querem que Puigdemont concorra em 2025. Sua participação pode ser problemática porque o projeto de lei de anistia não deve entrar em vigor até maio.
Sem chegar a confirmar se Puigdemont se candidataria, o secretário-geral do Juntos, Jordi Turull, disse nesta quarta-feira que Puigdemont poderia estar na Catalunha sem risco de ser preso quando o próximo líder for empossado.