A Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) disse que a tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) continua defasada em 122%. Mais de 15,5 milhões de brasileiros seriam beneficiados com a isenção. Eis a íntegra do levantamento (PDF – 470 kB).
O sindicato que representa os auditores fiscais da Receita Federal considerou a inflação de março para chegar ao percentual de defasagem. Segundo comunicado, a Unafisco afirmou que o patamar necessário para correção continua significativo, mesmo com as atualizações parciais aplicadas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Representa um sério impacto para os contribuintes que se encontram nesse patamar de renda [que permite a isenção do IRPF]“, disse a nota. O Unafisco declarou ainda que a defasagem para as demais faixas de tributação atinge 163%.
A defasagem é o quanto o salário máximo para isenção precisa ser corrigido para contemplar o avanço da inflação. O cálculo da Unafisco usa como referência 1996. Na prática, os trabalhadores passam a ter que declarar para a Receita Federal, mesmo com a diminuição do poder de compra por causa da inflação.
“A Unafisco Nacional recomenda uma revisão completa na tabela do Imposto de Renda, a fim de garantir uma tributação justa e equitativa para todos os contribuintes”, disse o sindicato.
O sindicato dos auditores fiscais da Receita Federal disse que, atualmente, há 17,75 milhões de brasileiros isentos. O número aumentaria para 33,29 milhões com a correção integral da tabela, alta de 15,54 milhões na quantidade de beneficiados.
A medida representaria R$ 200,6 bilhões a menos nos cofres públicos. A arrecadação projetada pela Unafisco é de R$ 312,26 bilhões em 2025. O valor diminuiria para R$ 111,66 bilhões com o maior número de isentos.