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Dólar fecha na mínima em quatro meses e emenda 3ª semana de queda com expectativa de fluxo

Publicado 04.12.2020, 09:14
Atualizado 05.12.2020, 01:14
© Reuters. Dólar ensaia estabilização, mas se mantém perto de mínimas em 4 meses
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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda e renovou uma mínima em mais de quatro meses nesta sexta-feira, engatando a terceira semana consecutiva de perdas conforme o otimismo externo sobre a recuperação econômica trouxe de volta investidores estrangeiros ao Brasil.

O fluxo internacional ganhou tração no fim da tarde desta sexta, colaborando para colocar de novo o dólar em baixa e fazer o Ibovespa se aproximar dos 114 mil pontos.

No fechamento, o dólar à vista caiu 0,28%, a 5,1251 reais na venda, menor patamar desde 22 de julho (5,1143 reais).

Na semana, a cotação cedeu 3,77%, maior queda para o período desde a semana finda em 6 de novembro (-6,07%), nos dias seguintes à eleição norte-americana. Foi a terceira semana consecutiva de perdas, série não vista desde as também três quedas encerradas em 5 de junho.

Em dezembro, a moeda perde 4,14%. No ano, o dólar ainda sobe 27,72%.

O real acompanhou a evolução do índice do dólar até perto de 15h30, mas depois firmou-se a despeito de alguma recuperação da moeda no exterior. O movimento no câmbio doméstico coincidiu com novo fôlego no Ibovespa, que em novembro atraiu volume recorde de compras por parte de estrangeiros. O principal índice das ações brasileiras subia 1,25% no fim da tarde, aproximando-se dos 114 mil pontos.

Mesmo zerando as perdas no fim da tarde, o índice do dólar frente a uma cesta de rivais seguia próximo de mínimas em mais de dois anos. Dados de emprego nos Estados Unidos para novembro vieram mais fracos que o esperado, o que no começo prejudicou o sentimento, mas posteriormente analistas leram os números como um fator a aumentar pressão para que o Congresso norte-americano aprove mais ajuda fiscal.

O real se valorizou 4,32% nos primeiros quatro dias de dezembro, depois de ter registrado o melhor mês de novembro em pelo menos 18 anos, a reboque da esperança de que uma vacina contra a Covid-19 será lançada em breve, o que permitiria uma volta mais rápida ao nível de atividade econômica de antes da pandemia.

A moeda brasileira tem a melhor performance entre seus pares emergentes desde 3 de novembro, data da eleição norte-americana, com expectativa de que o presidente recém-eleito, Joe Biden, amplie gastos para turbinar a retomada --o que pode fortalecer um movimento de compra de ativos emergentes já em curso.

"Vemos uma janela de oportunidade para aumento de otimismo em relação aos ativos brasileiros nos próximos meses", disseram analistas do Barclays (LON:BARC) em nota, recomendando posições em opções de venda de dólar/real com "strikes" em 5,15 reais e 4,98 reais e vencimento em março.

Ao longo da jornada desta sexta, o dólar oscilou entre 5,1853 reais (+0,89%, perto de 12h30) e 5,1176 reais (-0,42%, já próximo do encerramento). A máxima foi alcançada depois de, pela manhã, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmar que considerava muito difícil que a reforma tributária fosse aprovada neste ano.

Alguma crença de que o governo não fará aventuras fiscais em 2021, contudo, ainda ajuda o cenário para o real no começo do ano que vem. Em revisão de cenário, o Bradesco (SA:BBDC4) não apenas prevê manutenção do teto de gastos como enxerga crescimento econômico mais forte (de 3,9%, ante 3,5% da estimativa anterior), o que pode ajudar a melhorar a dinâmica de fluxos de capital ao Brasil.

Nesse contexto, o banco projeta dólar de 5,00 reais ao fim de 2021 e Selic de 4%, o dobro do patamar atual.

A trégua na preocupação fiscal, contudo, se encerra no segundo semestre, conforme pesquisa da Reuters, o que vai pressionar o real na segunda metade do ano que vem.

© Reuters. Mureta da Urca, no  Rio de Janeiro

O JPMorgan projeta que o dólar subirá gradativamente para 5,30 reais ao fim do segundo trimestre de 2021 e para 5,35 reais e 5,40 reais nos trimestres posteriores, taxas mais altas que a prevista para o término de março (5,15 reais).

E para o Morgan Stanley (NYSE:MS) --que vê o dólar em 5,30 reais ao fim tanto de 2020 quanto de 2021--, o governo "encontrará um modo" de flexibilizar o teto de gastos em 2021, mas sem estender o auxílio emergencial.

Na semana que vem, os mercados vão monitorar no Brasil a decisão de política monetária (na quarta-feira) e o IPCA de novembro (com divulgação na terça).

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