BRASÍLIA (Reuters) - O subsecretário de Dívida Pública, José Franco, afirmou nesta sexta-feira que o Tesouro já observou maior procura por LFT curta, após o lançamento desse título público com vencimento em março de 2022.
Em coletiva de imprensa, contudo, ele pontuou que ainda é cedo para uma análise profunda das medidas adotadas em conjunto com Banco Central e frisou ser fundamental haver a estabilização dos prêmios da LFT para que o Tesouro volte a observar demanda mais significativa pelo papel.
"Esperamos atrair parte do volume das compromissadas para títulos públicos à medida que cenário fiscal ficar mais claro e quando prêmio da LFT se estabilizar", disse.
Mais cedo este mês, BC e Tesouro anunciaram mudanças nos critérios para os leilões de operações compromissadas com títulos públicos e também alterações no cronograma de venda desses papéis ao mercado, em um esforço para reduzir a pressão sobre as condições de financiamento da dívida pública.
Nesse contexto, o Tesouro passou a ofertar LFTs com vencimento em março de 2022, deixando de disponibilizar o prazo março de 2023, e anunciou leilões de NTN-B com vencimento em maio de 2023.
Em relação à introdução da NTN-B 2023 --papel com remuneração atrelada à inflação--, Franco afirmou que o Tesouro já percebeu que, com um leilão realizado, a venda foi "muito boa" e que foi possível tirar um pouco de pressão do mercado de LTN, um dos objetivos da medida.
Franco reforçou que o Tesouro fechará este ano com recursos em caixa para honrar os vencimentos de dívida que ocorrerão nos quatro primeiros meses de 2021, de cerca de 600 bilhões de reais.
Em relação aos vencimentos da dívida pública neste ano, ele apontou que os volumes são muito baixos, de cerca de 14 bilhões de reais entre novembro e dezembro, e que "situação já está bem mais tranquila".
(Por Marcela Ayres)