Um estudo realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostrou que os Jogos Olímpicos de 2016 tiveram um impacto significativo na economia do Rio de Janeiro. O evento arrecadou R$ 99 bilhões em VBP (Valor Bruto da Produção) e R$ 51,2 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto). A pesquisa, intitulada “Legado dos Jogos Olímpicos Rio 2016: Impactos Econômicos”, foi divulgada nesta 3ª feira (23.jul.2024).
A metodologia utilizada se baseou na MIP (Matriz de Insumo-Produto), que permite analisar as relações entre os diferentes setores da economia e calcular os efeitos multiplicadores dos investimentos realizados para os Jogos. Foram considerados tanto os projetos diretamente ligados ao evento, como a construção de arenas e infraestrutura de transporte, quanto aqueles viabilizados pelo contexto olímpico, como projetos de revitalização urbana e habitação.
Os pesquisadores dividiram os investimentos em 2 grupos: “Legado finalizado para os Jogos 2016”, com projetos concluídos até o ano do evento, e “Legado em andamento ou expansão”, com projetos que continuam a se desenvolver depois dos Jogos. Entre os exemplos citados estão a revitalização da zona portuária (Porto Maravilha), a construção de BRTs, VLT e Linha 4 do metrô, e o reaproveitamento de instalações olímpicas.
Além do impacto no VBP e no PIB, o estudo da FGV também aponta a criação de 465,4 mil empregos, a arrecadação de R$ 5,3 bilhões em impostos e um impacto de R$ 36,2 bilhões na renda das famílias.
“Os projetos viabilizados pelo contexto dos Jogos Rio 2016 envolveram diversos setores. O cálculo completo dos impactos exige a avaliação de todos os efeitos induzidos ao longo da cadeia produtiva pela estrutura construída e pela provisão contínua de serviços”, afirmam os autores do estudo.
“Os recursos foram provenientes não só do setor público, mas em boa medida da iniciativa privada, refletindo a preocupação com o uso racional do dinheiro público. Os resultados foram positivos para todas as variáveis econômicas analisadas, tanto na cidade do Rio quanto no Estado como um todo”, disse o estudo.