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UBS: 55% dos investidores globais vêem Biden eleito; democrata preocupa mercados

Publicado 23.07.2020, 16:16
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Investing.com - As eleições presidenciais dos Estados Unidos, previstas para acontecer em 3 de novembro, certamente terão impacto nos mercados, independentemente de quem vencer a disputa, até porque a maior economia mundial responde por mais da metade dos índices MSCI e sua moeda está envolvida em nove das 10 transações financeiras mundiais.

Por isso, em relatório de pesquisa distribuído na quinta-feira (23) pela UBS, 67% dos 2.867 investidores globais ouvidos pela instituição veem com muito interesse as eleições dos EUA.

Até o início deste ano, a grande aposta era na reeleição do Trump, que governava com uma economia forte e taxa de desemprego nas mínimas de 50 anos. Porém, a crise desencadeada pela Covid-19 mudou o cenário e, agora, o atual presidente está atrás do candidato democrata Joe Biden nas pesquisas - e também nas previsões dos investidores.

No geral, 55% dos investidores em todo o mundo acreditam na vitória de Biden. De todos, a pesquisa indica que os latinos são os que mais projetam uma vitória de Trump: 49% do total, sendo a ponta oposta ocupada pela Suíça, em que 58% esperam vitória de Biden.

Independentemente do ganhador, 61% dos investidores em todo o mundo pretendem fazer mudanças em seus portfólios depois das eleições nos EUA. Na Ásia, esse percentual é de 75%, seguido por América Latina (67%), Europa exceto Suíça (61%), EUA (46%) e Suíça (31%). As mudanças pretendidas pelos investidores são, em ordem decrescente, ajuste na alocação de setores; aumento de posição de liquidez; adição de proteção ao portfólio e aumento de ações.

Impacto na economia

Os candidatos à Casa Branca têm plataformas políticas divergentes, o que significa que uma vitória Republicana ou Democrata impactaria de maneira diferente os diversos setores da economia. De acordo com a UBS, a vitória de Biden, por exemplo, provavelmente teria impacto positivo sobre ativos expostos a eficiência energética, mobilidade inteligente e renováveis, tanto nos EUA quanto no exterior. A vitória de Trump, por outro lado, poderia ser positiva para determinadas empresas de energia e finanças, com o recuo da ameaça de uma regulamentação mais rígida, e para empresas aeroespaciais e de defesa.

Para investidores de mercados emergentes como a América Latina, os analistas Alejo Czerwonko e Michael Bolliger recomendam portfólios resilientes para performar bem em uma ampla variedade de cenários, em vez de focar em um resultado político em particular. Boas opções, na opinião dos analistas, é a renda fixa, que deve continuar a entregar retornos sólidos ajustados para o risco, títulos denominados em dólar e títulos de commodities como petróleo e gás. Além da tão popular renda variável, em que retorno de ações de países emergentes devem ser maior do que de países desenvolvidos nos próximos anos , com o banco projetando uma alta anualizada em 9,2% no cenário-base.

Líder nas pesquisas

O candidato democrata Joe Biden se consolidou à frente de Trump como favorito para ganhar a eleição de 2020 nas últimas semanas, aproveitando um momento de queda na aprovação do presidente. Trump tem sido criticado por sua atuação na tentativa de controle da pandemia de covid-19, que os EUA registram o maior número de casos e mortes do mundo, e por sua postura divisiva como resposta aos protestos após a morte de George Floyd.

Em um compilado das principais pesquisas norte-americanas realizado pelo FiveThirtyEight, Biden lidera a corrida com 49,9% das intenções de voto, contra 42,0% de Trump na pesquisa nacional. A decisão da eleição norte-americana acontece em poucos estados, chamados de Swing States, que dão a vitória a um lado ou o outro. Nos 13 potenciais swing states de 2020, Biden lidera em 10, Trump lidera em um. Dois não têm dados suficientes.

Nas principais pesquisas realizadas em julho, o governo de Trump é desaprovado entre 53% e 58% dos pesquisados, enquanto sua aprovação varia entre 37% e 45%.

Vitória de Biden preocupa mercado

O candidato democrata defende elevação de impostos às corporações americanas, diferentemente do praticado pelo atual presidente, que promoveu uma reforma tributária em seu primeiro ano de mandato que catapultou o lucro das empresas americanas.

Biden já apresentou propostas de elevação em até 28% os impostos corporativos, com a expectativa de arrecadar US$ 1 trilhão em três anos. Isso reverteria a redução realizada pela administração Trump.

Além disso, o ex-vice-presidente quer elevar imposto mínimo sobre receita de empresas americanas no exterior, endurecer leis antitrustres e tributar os mais ricos. Analistas do Goldman Sachs estimam redução de cerca de 12% no lucro por ação das empresas listadas no S&P 500 com as medidas adotadas.

No entanto, analistas do JPMorgan afirmam que vitória de Biden seria "neutra e ligeiramente positiva" aos mercados. Dado à crise econômica provocada pela pandemia, o foco de uma eventual administração Biden seria no crescimento econômico e na geração de emprego, deixando as medidas de tributação às empresas em segundo plano ou até ser aumentados sob alíquota menor.

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