Por Julie Ingwersen
CHICAGO (Reuters) - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos registrou nesta sexta-feira vendas privadas de 456 mil toneladas em soja norte-americana à China, na maior venda da oleaginosa registrada em um dia para os chineses, principais compradores globais, desde 11 de junho.
Vendas menores haviam sido reportadas na quarta-feira e na quinta-feira, assim como negociações com destinos desconhecidos na segunda-feira.
As operações aconteceram apesar das crescentes tensões políticas entre Washington e Pequim. O presidente norte-americano Donald Trump aumentou o antagonismo nesta sexta-feira, ao proibir transações dos EUA com dois populares aplicativos chineses, o WeChat e o TikTok, o que impactou os mercados globais.
"Compras (pela China) de nossos produtos--milho, trigo, sorgo em grão, soja, carne suína-- continuam em ritmo rápido, sem qualquer relação com as tensões geopolíticas", disse o presidente da Advanced Economic Solutions, Bill Lap.
As importações de soja pela China cresceram 18% até julho na comparação com o mesmo período do ano anterior, com a chegada de grandes volumes do Brasil, segundo dados da alfândega chinesa.
O país asiático tem aumentado as compras dos EUA nas últimas semanas-- o USDA registrou aquisições pela China de quase 5,2 milhões de toneladas de milho dos EUA, além de 3 milhões de toneladas de soja e 320 mil toneladas de trigo desde 10 de julho.
Ainda assim, a China está muito atrás do ritmo necessário para cumprir seu compromisso de 36,5 bilhões de dólares em compras sob o acordo comercial Fase 1 entre os países.
Os EUA exportaram pouco mais de 7,274 bilhões de dólares em produtos agrícolas para a China no primeiro semestre do ano, segundo dados oficiais.
Lapp destacou que o USDA projetou as exportações de soja dos EUA no ano comercial 2020/21, que começa em setembro, em 55,8 milhões, contra 44,9 milhões de toneladas em 2019/20.