Londres, 18 set (EFE).- O déficit público do Reino Unido voltou a
crescer em agosto e chegou a 65,3 bilhões de libras (72,6 bilhões de
euros) nos cinco primeiros meses de seu ano fiscal, uma ascensão que
reacende o debate sobre a urgência do corte de gastos anunciado pelo
Governo esta semana.
Os cofres públicos registraram no mês passado um déficit de 16,1
bilhões de libras (17,9 bilhões de euros), um número mensal que,
apesar de ser ligeiramente inferior ao previsto pelos analistas, é
um recorde histórico mensal e o dobro do registrado no mesmo mês do
ano anterior, segundo dados publicados hoje pelo Escritório para
Estatíticas Nacionais (ONS, em inglês).
A deterioração das finanças públicas durante o último ano e meio,
em consequência da crise, levou o primeiro-ministro do Reino Unido,
Gordon Brown, a admitir que será necessário realizar alguns cortes
no investimento público para reduzir o déficit do Estado, mas
afirmou que esses cortes não afetarão, em nenhum caso, os serviços
básicos.
Em agosto, o aumento do déficit foi determinado pela redução da
receita por impostos, que caíram 9,2% anualizado, para 34,1 bilhões
de libras (37,9 bilhões de euros) e pelo paralelo aumento da
despesa, que cresceu 2,9% e alcançou 45,6 bilhões de libras (50,7
bilhões de euros).
Dentro desta última parte, a despesa em serviços sociais cresceu
6,3% em agosto, para 13,4 bilhões de libras (14,9 bilhões de euros),
devido ao aumento no número de pessoas que recebem
seguro-desemprego.
Além disso, segundo os mais recentes dados divulgados, a dívida
pública total do Reino Unido sobe para 804,8 bilhões de libras
(895,1 bilhões de euros) e equivale a 57,5% do Produto Interno Bruto
(PIB) do país.
Este número supera em 172 bilhões de libras (191,3 bilhões de
euros) o registrado um ano antes e se deve, em grande parte, ao
dinheiro destinado durante os últimos meses a oferecer liquidez ao
sistema financeiro.
Os analistas qualificaram estes dados como "péssimos" e
advertiram da necessidade de realizar o mais rápido possível o
anunciado corte de gastos, assim como um eventual aumento de
impostos, para devolver às finanças públicas a um nível sustentável
a longo prazo. EFE