FLRY3: Ações da Fleury viraram Black Friday?
Investing.com – O dólar iniciou a semana em leve alta, revertendo parte das perdas acumuladas nos últimos dias, enquanto o mercado permanece em compasso de espera pela divulgação de indicadores de inflação e segue atento à estabilidade do setor bancário regional dos Estados Unidos.
Às 7h35 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, avançava 0,14%, para 98,325, após registrar na semana anterior a maior queda de cinco dias desde o fim de julho.
Dados do IPC americano no radar
A recuperação da moeda coincidiu com o avanço de Wall Street, ainda que a atenção dos investidores tenha voltado a se concentrar nos bancos regionais americanos. O movimento ocorreu após Zions e Western Alliance Bancorp relatarem dificuldades em empréstimos ligados a casos de fraude.
“Persistem preocupações quanto à solidez dos bancos regionais e à qualidade do crédito nos Estados Unidos”, apontaram analistas do ING em relatório.
Segundo o banco holandês, a ausência de evidências de que os problemas se estendem além do Zions e da Western Alliance poderia aliviar parte da pressão sobre o dólar, embora não deva dissipar totalmente as dúvidas sobre a saúde do sistema de crédito.
Na agenda macroeconômica, o Bureau of Labor Statistics deve divulgar, na sexta-feira, o índice de preços ao consumidor (IPC) referente a setembro, apesar da paralisação parcial do governo americano.
“Esperamos uma variação mensal de 0,3% no núcleo, em linha com o consenso, o que reforçaria a expectativa de um corte de 25 pontos-base pelo Fed na próxima semana”, destacou o ING. “Salvo surpresas relevantes, o impacto da inflação sobre o câmbio tende a ser limitado, com o mercado de trabalho assumindo maior peso nas projeções de política monetária.”
Euro ganha fôlego após estabilidade política na França
Na Europa, o EUR/USD avançava 0,1%, para 1,1659, sustentado pela melhora do ambiente político francês. O primeiro-ministro Sebastien Lecornu sobreviveu a duas moções de desconfiança na semana passada após concordar em adiar a reforma da previdência.
“A trégua política momentânea favoreceu o euro, embora o quadro francês ainda inspire cautela”, avaliou o ING. “A agência S&P rebaixou o rating soberano do país de AA- para A+ em decisão extraordinária na sexta-feira.”
Na Alemanha, os preços ao produtor recuaram 0,1% em setembro ante o mês anterior e mostraram queda anual de 1,7%, sinalizando pressões inflacionárias moderadas na maior economia da zona do euro.
O GBP/USD operava em leve baixa de 0,1%, a 1,3421, com a libra esterlina mantendo estabilidade enquanto o governo britânico se prepara para apresentar o orçamento de novembro.
“Nas próximas semanas, o mercado deve acompanhar um fluxo constante de informações sobre o orçamento. O quadro fiscal pode afetar a libra em direções opostas: preocupações sobre sustentabilidade das contas públicas pesam sobre os gilts de longo prazo e sobre a moeda, enquanto um aumento de impostos tende a reduzir o crescimento e antecipar cortes de juros pelo BoE”, explicou o ING.
Iene recua diante de expectativas políticas no Japão
No mercado asiático, o USD/JPY subia 0,1%, a 150,81, com o iene japonês perdendo força em meio a apostas de que Sanae Takaichi, líder do Partido Liberal Democrático, será a próxima primeira-ministra do país.
Takaichi é vista como defensora de políticas fiscais expansionistas, o que indica maiores gastos públicos e manutenção de condições monetárias acomodatícias nos próximos meses. Analistas também esperam resistência de sua parte a novos aumentos de juros pelo Banco do Japão, cuja decisão está prevista para a próxima semana.
O USD/CNY recuava levemente para 7,1242, após o PIB chinês do terceiro trimestre superar ligeiramente as expectativas. A economia cresceu 4,8% em termos anuais, acima da projeção de 4,7%, mas desacelerou frente ao avanço de 5,2% registrado no trimestre anterior, a leitura mais fraca desde o terceiro trimestre de 2024.
Ainda assim, o crescimento acumulado permanece acima da meta anual de 5% estabelecida por Pequim, sustentado pelo desempenho das exportações, enquanto o consumo doméstico e o investimento privado seguem enfraquecidos.
O AUD/USD avançava 0,1%, para 0,6501, acompanhando o ligeiro aumento do apetite por risco na região.