Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar passou a subir frente ao real nesta terça-feira, em linha com recuperação da divisa norte-americana no exterior à medida que investidores avaliavam as chances de o Federal Reserve pausar seu ciclo de altas de juros em junho, com dados mistos aumentando a incerteza em torno das perspectivas de política monetária.
Às 10:42 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,43%, a 4,9522 reais na venda.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 10:42 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,37%, a 4,9745 reais.
Mais cedo, a divisa norte-americana chegou a operar em queda, mas logo reverteu as perdas em linha com o leve fortalecimento do índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes, em sessão de agenda econômica que operadores descreveram como "morna".
"Creio que, dada a agenda econômica fraca, o mercado de câmbio vai ficar sem uma tendência clara definida, e também já começam os ajustes para o feriado de quinta-feira de Corpus Christi aqui no Brasil", disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da Stonex.
No exterior, o mercado continuava repercutindo a notícia de que o setor de serviços dos EUA mal cresceu em maio com a desaceleração de novos pedidos, segundo dados divulgados na segunda-feira. Embora isso tenha sinalizado que o aperto monetário do Fed está esfriando a maior economia do mundo, a leitura veio logo após fortes dados de empregos da semana passada, obscurecendo as perspectivas para a política monetária do Fed.
Nesta manhã, os mercados precificavam cerca de chance de 75% de chance de o Fed deixar os juros inalterados na reunião de política monetária de 13 e 14 de junho, com 25% de probabilidade de elevar sua taxa básica em 0,25 ponto percentual.
Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar do redirecionamento de recursos para o seguro mercado de renda fixa norte-americano. Por outro lado, muitos participantes do mercado têm enfatizado que o real e outras divisas emergentes continuam oferecendo retornos atraentes para uso em estratégias de "carry trade", que buscam lucrar com diferenciais de juros entre duas economias.
"Por enquanto, preferimos ganhar carrego nos mercados emergentes financiado em outras moedas que não o dólar", disse o Citi em relatório desta terça.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9309 reais na venda, com baixa de 0,48%.