Wall Street dispara com comentários de Trump sobre a China e Broadcom sobe
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar iniciou a segunda-feira em baixa ante o real, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliviar o discurso em relação à China no fim de semana, depois de ter anunciado na sexta-feira uma tarifa de 100% sobre os produtos chineses.
Após o forte avanço visto na sexta-feira, às 9h49 desta segunda o dólar à vista cedia 0,76%, as R$5,4622 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,31%, a R$5,4860.
Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 100% sobre os produtos comprados da China e a imposição de controles de exportação sobre softwares críticos ao país asiático, em mais um episódio da guerra comercial entre as duas nações.
Um dia antes, a China já havia elevado o controle sobre a exportação de terras raras -- materiais essenciais para vários setores da indústria norte-americana.
No fim de semana, porém, Trump adotou um tom mais conciliador, dizendo que os EUA não querem prejudicar a China, o que abriu espaço para a busca de ativos de maior risco nesta manhã, como ações e moedas de países emergentes, incluindo o real, o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno.
Nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, corroborou o tom mais conciliador de Trump, ao afirmar que houve comunicações substanciais entre norte-americanos e chineses no fim de semana.
"Houve uma desescalada significativa da situação", disse Bessent em entrevista à Fox Business Network. "O presidente Trump disse que as tarifas não entrarão em vigor até 1º de novembro. Ele se reunirá com o presidente do Partido, Xi, na Coreia. Acredito que essa reunião ainda será realizada", acrescentou.
Sem a referência dos Treasuries nesta segunda-feira, em função do feriado do Dia de Colombo nos EUA, a liquidez global era menor. Às 9h48 índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- subia 0,22%, a 99,270, afetado pela baixa do euro.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 2,39% no Brasil, a R$5,5038.
Às 10h30 desta segunda-feira o Banco Central realizará dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) simultâneos, para rolagem do vencimento de 4 de novembro. Às 11h30 o BC fará leilão de 40.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 3 de novembro.