O DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes, fechou a sessão desta quinta-feira (16) em forte desvalorização. O índice recuou 1,45%, aos 103,653. Elevações de juros no Reino Unido e na Suíça e reforço no compromisso do Banco Central Europeu (BCE) contra a fragmentação do mercado de títulos da zona do euro se somaram a sinalizações de que o Federal Reserve pode diminuir a intensidade da elevação dos Fed funds em julho.
Um dia depois de o Federal Reserve elevar os Fed funds em 0,75 ponto porcentual, para a faixa de 1,50% a 1,75%, outros dois bancos centrais de países desenvolvidos apertaram as condições monetárias. Como o esperado, o Banco da Inglaterra elevou o juro em 0,25 pp, a 1,25%, e indicou que "agirá com força" se inflação persistir. Surpresa ocorreu na Suíça, onde o SNB anunciou a primeira elevação de taxa em quase 15 anos - passou de -0,75% a -0,25%.
Assim, a libra subiu a US$ 1,2355 no fim da tarde em Nova York e o dólar caiu a 0,9654 franco suíço.
Contudo, tomadas em conjunto, as decisões reavivaram os temores do mercado de que, para correr contra o tempo e conseguir abrandar a inflação, os BCs poderão exagerar na dose e causar uma recessão econômica. Dados fracos da economia dos Estados Unidos deram subsídio adicional a esse entendimento, construções de moradias iniciadas.
O modelo probabilístico da Bloomberg apontou que a probabilidade de os Estados Unidos entrarem recessão no início de 2024, um cenário fora do radar há poucos meses, atingiu 72% hoje.
Na Europa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse ao Eurogrupo hoje que a instituição trabalhará para "normalizar" a disparidade entre os custos de crédito em economias com perfis de dívidas mais frágeis (como Itália) e as mais robustas (como Alemanha), medida que impulsionou o euro, que saltou a US$ 1,0564 no fim da tarde.
Veja a cotação das principais moedas globais: