NVDA disparou 197% desde a entrada na estratégia de IA em Novembro - é hora de vender? 🤔Saiba mais

Irmãos presos na Espanha por ligação com Estado Islâmico eram recrutadores no Brasil, diz investigador da PF

Publicado 28.11.2023, 15:35

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Os dois irmãos brasileiros que foram presos na segunda-feira pela Guarda Civil da Espanha em uma cidade da província de Málaga por suspeita de ligações com o Estado Islâmico eram considerados recrutadores de pessoas no Brasil para o grupo, segundo um investigador da Polícia Federal com conhecimento do caso.

O investigador, que falou nesta terça-feira à Reuters sob condição de anonimato, afirmou que há suspeitas de que Thaylan Padilha Palomanes e Thaunay Padilha Palomanes tenham ligações com um brasileiro que foi preso em 11 de junho no momento do embarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) para fazer uma viagem ao exterior supostamente a fim de se juntar ao Estado Islâmico.

Na ocasião, por ordem judicial, a PF também realizou buscas e apreensões em São José dos Campos (SP) e Barbacena (MG), em uma investigação que apurava a conduta de brasileiros que integrariam e promoveriam o Estado Islâmico.

"Os irmãos Palomanes são considerados pela PF radicalizadores e recrutadores para o Estado Islâmico", disse o investigador.

Os dois irmãos presos esta semana vinham sendo monitorados pela PF há anos, de acordo com a fonte da corporação, que citou que ambos passaram por um processo de radicalização pela redes sociais.

A PF monitorou a movimentação dos dois irmãos em solo europeu. O último movimento migratório de Thaunay foi de saída do Brasil em 22 de outubro do ano passado, em um voo de Guarulhos para a cidade do Porto, em Portugal.

Ele teria morado por um período na Holanda antes de se juntar a seu irmão Thaylan em Estepona, uma cidade costeira de cerca de 70 mil habitantes em Málaga, segundo informações da Guarda Civil espanhola compartilhadas com autoridades policiais brasileiras. Uma segunda fonte da PF informou que há pelo menos um ano os dois viviam em Málaga.

O Ministério do Interior da Espanha afirmou em nota sobre a prisão dos irmãos, que não foram nomeados pelo órgão, que os dois "estariam alegadamente imersos num processo de radicalização e utilizaram plataformas de mensagens instantâneas encriptadas para mostrar o seu apoio ativo à organização terrorista Daesh", o nome do Estado Islâmico em árabe.

"Ambos consumiram e divulgaram material de propaganda multimídia do Daesh através dos seus perfis online. Entre esse material estavam atividades terroristas realizadas em diversos locais, manuais de preparo de explosivos e envenenamento, segurança cibernética, hacking, além de documentos que justificam a violência da execução de ações suicidas", detalhou o comunicado.

O FBI também colaborou com a Guarda Civil "para detectar, identificar e neutralizar os dois irmãos de origem brasileira radicados na Espanha".

Também envolvida na investigação do caso, a Europol, agência de polícia da Europa, encontrou "ligações internacionais importantes com indivíduos detidos ou investigados em países europeus pelas suas ligações à ameaça jihadista", afirmou.

A prisão dos dois irmãos ocorre poucos dias depois de a Polícia Federal brasileira, em cooperação com a agência de espionagem israelense Mossad, desmontar uma suposta célula do Hezbollah que tentava se estabelecer no país.

A polícia brasileira não participou da tomada de depoimento dos dois irmãos após a prisão, segundo a fonte.

PASSADO

Em 2014, Thaylan Padilha Palomanes e outro irmão dele, Thauann Padilha Palomanes, tiveram prisão decretada no Brasil por um caso de homicídio no Rio de Janeiro, mas foram absolvidos ao final do processo pela Justiça, conforme a primeira fonte da PF ouvida pela Reuters.

Thaylan e Thauann foram acusados pela morte do iraniano Millad Mille Hosseini Ballaai em junho de 2014.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil do Rio à época, reproduzidas pelo jornal Extra, os irmãos, oriundos de São Paulo, trabalhavam na cozinha de uma pousada do iraniano em troca de hospedagem. Dias antes do crime, eles foram detidos por vender drogas na pousada. Eles foram considerados na ocasião foragidos.

Em 2018, Thaylan foi extraditado pela Justiça portuguesa para o Brasil em decorrência do processo aberto pelo homicídio do iraniano. Os dois, entretanto, foram considerados inocentes ao fim do processo judicial, conforme a fonte.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.