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PF prende deputado, ex-chefe de polícia e 3º suspeito por morte de Marielle

Publicado 24.03.2024, 10:17

Por Ricardo Brito e Fabio Teixeira e Sergio Queiroz

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu três pessoas neste domingo, entre elas um deputado federal e um ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, suspeitas de estarem ligadas ao assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, em 2018.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse em entrevista coletiva que as prisões encerram um caso de seis anos que ofereceu uma visão de como o crime organizado se infiltrou nos órgãos públicos do Rio.

Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, disse Lewandowski.

A investigação da PF revelou que os dois irmãos ordenaram o ataque em 2018, enquanto Barbosa -- que se tornou chefe da Polícia Civil um dia antes do assassinato -- ajudou no planejamento e depois a sabotar a investigação.

"Essa investigação é uma espécie de radiografia de como operam as milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro e como há uma, digamos assim, um entrelaçamento inclusive com alguns órgãos políticos e alguns órgãos públicos", afirmou Lewandowski.

O ministro da Justiça considerou o caso encerrado, mas disse que as descobertas podem levar ao desvendamento de outros casos ou à abertura de novas investigações.

Além dos mandados de prisão preventiva, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro. Contas bancárias ligadas aos envolvidos no caso foram bloqueadas.

Quatro outras pessoas, incluindo a esposa de Barbosa um ex-chefe de investigações de homicídios do Rio, terão que usar tornozeleiras eletrônicas e estão proibidas de se comunicar entre si, disse Lewandowski.

Em declarações a jornalistas do lado de fora da sede da PF no Rio, o advogado de Domingos Brazão disse que seu cliente é inocente. O gabinete de Chiquinho Brazão e a polícia do Rio não responderam aos pedidos de comentário.

A Reuters não pôde contatar de imediato a defesa de Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa.

Marielle e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados no carro da vereadora após saírem de um evento na noite de 14 de março de 2018.

Em 2019, dois ex-policiais, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram indiciados acusados de matar Marielle Franco e seu motorista. Em 2023, a polícia prendeu outro suspeito ligado ao caso.

Queiroz, acusado de dirigir o veículo usado no crime, e Lessa, suspeito de disparar a arma, fizeram acordos de delação premiada com as autoridades, e Lessa deu informações sobre quem teria sido o mandante da morte de Marielle.

Marielle Franco, de 38 anos, era uma vereadora negra, LGBTQ+ e progressista nascida em uma comunidade do Rio de Janeiro. Os investigadores acreditam que sua morte tenha tido motivação política executada por assassinos de aluguel.

Em ascensão no PSOL, Marielle era uma crítica contundente das mortes de moradores de favelas do Rio pela polícia. Seu assassinato desencadeou uma onda de protestos em todo o país.

Em lágrimas, Mônica Benício, viúva de Marielle, disse que não ficou surpresa ao ouvir sobre o envolvimento da família Brazão no caso. Ao longo dos anos, especulou-se que os irmãos estavam de alguma forma ligados ao assassinato.

Ela disse, no entanto, que o nome de Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio na época do assassinato, no caso foi uma grande surpresa.

"O nome de Rivaldo Barbosa foi para nós uma grande surpresa, em especial considerando que ele foi a primeira autoridade que recebeu a família no dia seguinte, dizendo que seria uma prioridade da Polícia Civil a elucidação deste caso", disse Monica a jornalistas do lado de fora do prédio da PF no Rio.

"Hoje saber, que o homem que nos abraçou, prestou solidariedade e sorriu dizendo que o caso seria uma prioridade, hoje tem envolvimento neste mando."

A viúva do motorista Anderson Gomes, Agatha Arnaus, disse a jornalistas que o envolvimento de Barbosa foi um "tapa na cara", já que ele havia dito anteriormente que era amigo de Marielle.

Em nota, o governo do Estado do Rio de Janeiro disse que tem acompanhado a operação da PF e que o desfecho do assassinato da vereadora e seu motorista é um "passo importante para enfrentarmos o crime organizado em nosso Estado".

"A participação, seja qual for, de agentes públicos neste crime, será rigorosamente apurada para que sejam punidos exemplarmente", acrescentou.

"Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?", disse Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, em rede social.

(Reportagem de Fábio Teixeira e Sérgio Queiroz, no Rio de Janeiro, e Ricardo Brito, em Brasília; reportagem adicional de Lisandra Paraguassu e Patrícia Vilas Boas)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS PVB

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