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Se Brasil legalizar mais mineração na Amazônia, desmatamento aumentará, diz estudo

Publicado 28.07.2022, 12:19
© Reuters. 05/08/2017
REUTERS/Nacho Doce

Por Jake Spring

SÃO PAULO (Reuters) - A legalização da mineração em terras indígenas e outras áreas protegidas na floresta amazônica do Brasil levaria a novos desmatamentos de milhares de quilômetros quadrados, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira.

O presidente Jair Bolsonaro defende nova mineração em áreas protegidas da floresta amazônica, argumentando que o garimpo informal deve ser legalizado para ajudar a tirar a região da pobreza.

Defensores da legalização afirmam que o setor seria mais regulamentado e, assim, conservaria a cobertura florestal, mas os autores do estudo concluíram que não é esse o caso.

O estudo mostrou que tais políticas colocariam em risco a maior floresta tropical do mundo, acelerando o desmatamento que alimenta as mudanças climáticas.

Publicado na revista Nature Sustainability, o estudo modelou o que aconteceria se 10 áreas nos Estados do Amapá e do Pará fossem abertas ao garimpo, incluindo a Reserva Nacional de Cobre  e Associados (Renca), dois territórios indígenas e várias reservas naturais.

Isso permitiria o desenvolvimento de cerca de 242 jazida minerais adicionais de ouro, cobre e outros minerais, segundo o estudo. Mas esse desenvolvimento também levaria ao desmatamento de cerca de 7.626 quilômetros quadrados --uma área equivalente a 5 vezes o município de São Paulo-- nos próximos 30 anos.

Os pesquisadores compararam isso com uma estimativa de 4.254 quilômetros quadrados de desmatamento se as proteções continuarem em sua forma atual.

“O artigo preconiza o tamanho do prejuízo e o que pode acontecer se o incentivo à mineração em áreas protegidas continuar sendo promovido por esse governo”, disse Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que não participou da pesquisa.

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As minas em si criariam relativamente pouco desmatamento direto, mas a construção de novas estradas para alcançá-los permitiria aos madeireiros ilegais, grileiros e pecuaristas um acesso mais fácil a partes relativamente intocadas da floresta.

A destruição potencial seria ainda maior se a mesma metodologia fosse aplicada em toda a Amazônia, segundo Juliana Siqueira-Gay, engenheira ambiental e principal autora do estudo.

Novas áreas de mineração estão frequentemente em algumas das áreas de maior biodiversidade do planeta e só devem ser abertas se houver planos para evitar essa destruição adicional, disse ela, que conduziu o estudo enquanto estava na Universidade de São Paulo e agora trabalha no think tank de sustentabilidade Instituto Escolhas.

Segundo Philip Fearnside, ecologista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o estudo informa o debate político ao quantificar o que está em jogo, mas argumenta que os autores deveriam ir mais longe.

"Eu diria apenas 'Não, não abra para a mineração'", disse Fearnside.

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