BRUXELAS/SÃO PAULO (Reuters) - Os Estados-membros da União Europeia decidiram, por unanimidade, nesta quinta-feira proibir as importações de produtos de carne, principalmente aves, de 20 estabelecimentos brasileiros autorizados a exportar para o bloco europeu, disse a Comissão Europeia em comunicado.
A medida foi adotada em razão de "deficiências detectadas no sistema de controle brasileiro oficial", disse a Comissão. A decisão entra em vigor 15 dias após sua publicação no diário oficial da União Europeia.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal, a ação europeia atinge 12 fábricas da BRF (SA:BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão.
Procurada, a BRF não se manifestou sobre o assunto. A empresa encerrou 2017 com prejuízo líquido de cerca de 1 bilhão de reais e enfrenta na próxima semana assembleia de acionistas que deve ser marcada pela troca do conselho de administração, hoje presidido pelo empresário Abilio Diniz. Na véspera, o presidente da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente, afirmou que aceitou o convite de Diniz para ser indicado à presidência do conselho da BRF.
O vice-presidente de Mercados da ABPA, Ricardo Santin, disse à Reuters nesta quinta-feira que um total de nove empresas foram afetadas pelo descredenciamento da UE.
De acordo com fonte com conhecimento do assunto, a decisão não afeta unidades da JBS (SA:JBSS3), nem da Seara, marca controlada pela processadora de carne.
As ações da BRF subiam 2,9 por cento às 13:39, perdendo fôlego ante o pico de 10 por cento alcançado mais cedo, antes do anúncio da UE. Já os papéis da JBS tinham oscilação positiva de 0,1 por cento. Marfrig (SA:MRFG3) exibia queda de 1,7 por cento e a Minerva (SA:BEEF3) avançava 0,5 por cento. No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,1 por cento.
(Por Samantha Koester, em Bruxelas, e Ana Mano, em São Paulo)