😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Instituto Lula compara petista com Mandela em post de homenagem ao sul-africano

Publicado 19.07.2024, 16:29
© Reuters.  Instituto Lula compara petista com Mandela em post de homenagem ao sul-africano

Se estivesse vivo, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela teria completado 106 anos nesta quinta-feira, 18. Em uma publicação de homenagem ao símbolo da luta contra o apartheid, regime de segregação racial que vigorou na África do Sul no século passado, o Instituto Lula, ligado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparou as trajetórias do petista e do líder sul-africano.

Segundo a fundação, tanto Lula quanto Mandela "foram perseguidos, condenados e presos sem terem cometido nenhum crime". A publicação do instituto também afirma que ambos foram "vítimas da injustiça".

A comparação do Instituto Lula não é a primeira a equiparar o petista com o ex-líder contra a segregação racial. Em junho de 2023, o advogado Cristiano Zanin, indicado por Lula a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), foi sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Zanin era advogado de Lula antes de assumir o posto de ministro do Supremo. Elogiando a indicação, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, argumentou que a situação era similar ao que tinha feito Nelson Mandela na África do Sul. "O presidente da República, após um longo período na prisão, nomeou o seu advogado para a Corte. Mas o presidente não era Lula, era Nelson Mandela. Teve a honra de ser indicado por Luiz Inácio Lula da Silva, a indicação lhe qualifica", afirmou Randolfe, referindo-se a Zanin.

Ainda durante a sabatina, o paralelo entre o petista e Mandela foi criticado por Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição. "Quem dera se o espírito do presidente Lula fosse o mesmo de Nelson Mandela", disse o senador.

Antes da comparação durante a sabatina, apoiadores de Lula já haviam feito o paralelo nas redes sociais. Em abril de 2018, quando o petista foi preso, uma montagem com a inscrição "De tempos em tempos prendem um Lula", comparando o então ex-presidente brasileiro a nomes como Gandhi, Martin Luther King e Mandela, foi replicada por perfis como os das deputadas Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Maria do Rosário (PT-RS) e de Paulo Pimenta (PT-RS), ministro-chefe da Secretaria Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.

Antes disso, o próprio Lula, no dia do falecimento de Nelson Mandela, já havia se comparado ao líder sul-africano. Era 5 de dezembro de 2013 quando o petista compareceu a um evento em Diadema, na Grande São Paulo. Antes de iniciar o discurso, pediu um minuto de silêncio em homenagem a Mandela, falecido horas antes da agenda.

"Uma das pessoas mais extraordinárias que eu já conheci", disse Lula sobre o sul-africano. Em seguida, afirmou que havia um paralelo entre a sua trajetória como líder sindical e a de Mandela como líder da luta contra o apartheid. "Não tinha sentido a maioria negra ser governada pela minoria branca. Acontecia comigo a mesma coisa", disse Lula, afirmando que, no seu caso, a maioria de trabalhadores, da qual fazia parte, não era governada por outros trabalhadores.

O que foi o apartheid?

O apartheid foi a norma de segregação racial que regeu a África de Sul na segunda metade do século 20, de 1948 a 1993. Mandela se engajava na luta por direitos civis desde o início da década de 1940, quando já vigorava na África do Sul uma ordem social racista.

Com o apartheid e o agravamento do quadro, foi processado por diversos crimes de traição e conspiração ao Estado sul-africano. Em um desses processos, em 1964, foi condenado à prisão perpétua. O Estado que o acusava de conspiração, contudo, era o instaurador de uma ordem social racista, que discriminava, em lei, diretos desiguais a pessoas brancas e negras, além de segregar espacialmente as etnias do país.

Durante os anos em que esteve na prisão, passou a ser o símbolo da resistência ao regime racista. Sob pressão internacional, Mandela foi libertado pelo presidente Frederik de Klerk em 1990. No pleito presidencial seguinte, em 1994, foi eleito chefe de Estado e liderou a África do Sul nos primeiros anos após a abolição do apartheid.

Enquanto Mandela foi condenado pela luta contra o racismo por um Estado de instituições racistas - em um processo, portanto, viciado em si mesmo -, Lula teve acesso ao devido processo legal no caso em que acabou condenado à prisão por corrupção, envolvendo um apartamento triplex no Guarujá.

Além das garantias ao contraditório às quais teve direito durante o processo, quando o caso era julgado na 13ª Vara Federal de Curitiba, do então juiz Sérgio Moro, Lula teve acesso às instâncias recursais, como o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em julho de 2017, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão pelo caso do triplex do Guarujá. No TRF-4, em janeiro de 2018, a pena foi ampliada. O petista ainda recorreu aos chamados "embargos de declaração", que são os recursos possíveis após a determinação de uma sentença. Depois de esgotadas todas as garantias legais de Lula, Moro determinou a prisão do então ex-presidente, em abril de 2018.

Em 2019, após meses na prisão, o petista foi beneficiado com uma mudança de entendimento do STF com repercussão geral, segundo a qual uma prisão não poderia ser decretada após o julgamento da segunda instância. Em 2021, por oito votos a três, o STF anulou a condenação de Lula. O entendimento predominante para a anulação foi o de que a denúncia envolvendo o petista não deveria ter sido julgada em Curitiba, e sim em Brasília.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.