As ações da Petrobras (SA:PETR3; PETR4) voltaram a significar oportunidade de ganhos no longo prazo, assim avaliam os analistas após uma grande venda realizada pela estatal na última sexta-feira (8). A empresa mostrou na sexta-feira (5) que está falando sério sobre a sua estratégia de reduzir a alavancagem e se concentrar em seus negócios de exploração e produção com a venda de sua participação de 90% na Transportadora Associada de Gás (TAG) para a Engie (SA:EGIE3) e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec por R$ 35,1 bilhões.
“Vemos o anúncio como um marco para a Petrobras, sinalizando o comprometimento de sua administração com a redução da dívida e a alocação de capital”, aponta a XP Investimentos em um relatório publicado após a transação. A recomendação é de compra com preços-alvo de R$33 e R$32 para PETR4 e PETR3, respectivamente.
O analista André Hachem do Itaú BBA vê a transação como positiva, visto que as vendas de ativos são um pilar fundamental da história de investimentos da Petrobras. “A venda já havia sido antecipada pelo mercado há algum tempo e as notícias recentes sobre o assunto têm sido intensas”, pondera. Ainda assim, ele considera que a venda não estava refletida nas estimativas do banco e pode implicar em um acréscimo adicional de R$ 1/ação. A recomendação é de outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 32.
Em um relatório intitulado “Última chamada para o voo do momentum”, o Credit Suisse elevou a recomendação para os papeis de neutra para compra. O analista Regis Cardoso também revisou o preço-alvo para os ativos negociados em Nova York de US$ 15 para US$ 21. O valor sugere um potencial de valorização de 27%.
Regis argumenta que raramente as ações combinam tanto o alto rendimento de fluxo de caixa livre quanto o crescimento. “É exatamente isso que a Petrobras está pronta para oferecer aos acionistas, pelo menos nos próximos dois anos”, analisa.
O BTG Pactual alertou os investidores para um bom ponto de entrada nas ações, mostra um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (8). Os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares avaliam que a venda da TAG representa outro passo positivo na caminhada da empresa para um perfil mais racional.
O banco vê a estatal atuando em dois dos principais elementos por trás da criação de valor: desinvestir de empresas onde não é o “proprietário natural” e reduzir seu custo de capital.
“Vemos também o rendimento de 7% fluxo de caixa livre (antes de desinvestimentos) como um bom ponto de entrada, já que um cenário de nenhum ativo vendido para o resto do ano parece improvável”, destacam