A ação da Cielo (SA:CIEL3) está ficando barata, alerta o BTG Pactual (SA:BPAC11) em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (26). Isto não quer dizer, contudo, que este já é o momento de comprá-la, argumentam os analistas Eduardo Rosman e Thiago Kapulskis. Eles reduziram o preço-alvo para os papéis da empresa de R$ 10,50 para R$ 7 e mantiveram a recomendação neutra.
O banco explica que um menor pagamento de dividendos (30%) em 2019 e 2020, e um possível retorno a 70% apenas em 2022 e 50% em 2021, e novas estimativas de lucros menores motivaram a mudança.
“Estamos agora com 19% e 25% abaixo do consenso em 2019 e 2020. O principal risco que vemos de ter uma participação negativa nas ações da Cielo hoje é uma possível oferta para retirar as ações da Bolsa. Nós não acreditamos que isso está prestes a acontecer em breve, mas se a ação continuar sua hemorragia, poderemos começar a ouvir mais sobre o assunto em algum momento”, indicam.
As ações da Cielo mostram tendência contrária ao do Ibovespa em 2019 O relatório lembra que desde novembro de 2018 o banco tem ajustado os números da Cielo para uma “nova realidade muito difícil”.
“Avance 6 meses e estamos novamente cortando nossas estimativas de ganhos para 2019 e 2020, desta vez em 21% e 25%. O primeiro trimestre de 2019 foi mais fraco que o esperado e o cenário competitivo se mostrou muito mais difícil, o que, a nosso ver, forçará a Cielo a ser ainda mais agressiva se quiser garantir sua posição de liderança”, relatam Rosman e Kapulskis.
O lucro líquido ajustado da Cielo totalizou R$ 548,5 milhões no 1º trimestre de 2019, uma queda de 40,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.