A ação do Magazine Luiza (SA:MGLU3) fechou em forte alta, nesta sexta-feira (5), ensaiando uma recuperação das perdas acumuladas nas últimas semanas com o pessimismo do mercado com os rumos da economia brasileira, em um ambiente de pressões inflacionárias, ciclo de alta dos juros e preocupações com o quadro fiscal do país a menos de um ano da eleição presidencial de 2022.
A disparada do preço de MGLU3 ocorre ainda a seis dias da data de divulgação do resultado financeiro do terceiro trimestre da companhia e após uma consultoria norte-americana destacar o marketplace da varejista em um estudo sobre qualidade e eficiência no comércio eletrônico.
O papel terminou hoje o pregão com valorização de 12,82%, cotado a R$ 12,50. Há um ano, MGLU3 chegou a valer mais de R$ 28. No último dia 29 de outubro, a ação chegou a tocar a cotação mínima de R$ 10,73, ameaçando ficar abaixo da marca psicológica de R$ 10. A última vez que MGLU3 custou menos de R$ 10 foi no dia 8 de abril de 2020 (R$ 9,83).
Com a proximidade da data de divulgação do balanço, os investidores começam a resgatar o papel da “bacia das almas”, apostando que a correção negativa do preço foi exagerada. Agora a consultoria americana YipitData, cujo relatório sobre desaceleração do avanço das vendas do e-commerce em agosto, serviu de estopim em setembro para puxar MGLU3 para baixo, divulgou estudo aos clientes sobre a qualidade e eficiência do marketplace da varejista brasileira.
O mercado também aguarda os dados da Pesquisa Mensal de Comércio referente a setembro, a ser divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no próximo dia 11, mesma data do resultado trimestral de Magalu, previsto para sair após o fechamento da Bolsa (18h, novo horário, a partir da próxima segunda-feira). Os analistas monitoram os dados das vendas no varejo e do comércio de eletrodomésticos mensalmente, a fim de ajustar suas análises às tendências do setor.
Na semana passada, o Goldman Sachs divulgou um relatório sobre o impacto da alta dos juros nas principais empresas do varejo brasileiro. Sobre a ação da Magalu, disse que o papel sofre com um ambiente de negócios mais fraco no segundo semestre e com mais incertezas no cenário para 2022. “É improvável que os múltiplos de retorno voltem aos picos históricos”, avaliou, embora tenha reiterado a recomendação de compra para o papel.