Investing.com - No início da sessão desta terça-feira, as ações do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) operam com queda de 1,46%, a R$ 47,38, depois do banco divulgar na noite de ontem o resultado do terceiro trimestre do ano. No período, o lucro foi de R$ 6,454 bilhões, um avanço de 3,2% ante mesma etapa de 2017 e de 1,1% na comparação sequencial.
Para a Coinvalores, o resultado do Itaú veio um pouco abaixo do esperado. Os analistas chamam a atenção para alguns destaques negativos no trimestre, como a retração na receita de prestação de serviços e no resultado da área de seguros, além da margem financeira comprimida pela queda nos spreads nas operações de crédito e o resultado de tesouraria ainda bem pressionado.
A corretora viu como pontos positivos a queda da inadimplência, que resultou em despesas com PDD bem menores, e a carteira de crédito do banco que continuou crescendo mesmo em um trimestre permeado de incerteza como foi o 3T18. O ROE do banco seguiu em um patamar bem elevado, mas teve o segundo trimestre seguido de retração e está quase 1 p.p. abaixo do 1T18.
Na visão da Mirae Asset, o resultado foi 1% abaixo do consenso do Bloomberg. A boa notícia foi ligeiro aumento no crescimento de crédito no varejo. O lucro foi impulsionado em R$ 298 milhões por reversões de provisões, que compensou um ligeiro aumento de despesas. No geral o ROE continuou na faixa dos 21%, mas não surpreendeu mais uma vez, como já ocorreu no 2T18. A corretora segue recomendando a compra, com upside de 6% esperando alguma melhora ou surpresa nos números somente em 2019.
Já para Eduardo Guimarães, da Levante Ideias, o resultado do Itaú foi regular e veio um pouco abaixo do esperado em termos de lucro líquido recorrente. Os principais destaques negativos ficaram com o crescimento das despesas operacionais, menores ganhos nas operações de tesouraria e menor crescimento das tarifas bancárias.
Pelo lado positivo, ele destaca a queda nas despesas com provisões para perdas em crédito e crescimento da carteira no segmento de pessoa física e de pequenas empresas.
Balanço
O resultado recorrente foi quase 2 por cento menor que a média de previsões de analistas compilada pela Refinitiv, de 6,585 bilhões de reais.
Um dos destaques do período foi a carteira de crédito, que no fim de setembro somava 636,4 bilhões de reais, volume 10,65 por cento maior em 12 meses e 2,1 por cento acima do registrado no final de junho. Os maiores avanços aconteceram nas lucrativas linhas de pessoa física (+11,2 por cento em um ano) e de micro e pequenas empresas (+14,3 por cento).
"A maior representatividade desses produtos com spreads mais elevados gerou um aumento da margem com clientes", afirmou o banco no relatório de resultados.
Mesmo com a expansão do estoque, a qualidade da carteira ficou praticamente estável, com o índice de inadimplência acima de 90 dias subindo 0,1 ponto percentual na base trimestral, mas recuando 0,3 ponto em 12 meses, a 2,9 por cento.