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Aéreas em queda com balanço da Gol, anúncio de venda de ações do setor por Buffett

Publicado 04.05.2020, 12:49
Atualizado 04.05.2020, 12:51
© Reuters.
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Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - As ações das principais companhias aéreas brasileiras despencam no início da tarde desta segunda-feira (4) na B3, liderando as perdas do Ibovespa hoje. A queda é motivada principalmente pela divulgação do balanço da Gol (SA:GOLL4) para o primeiro trimestre do ano, que registrou prejuízo bilionário, e pelo anúncio de Warren Buffett de que a Berkshire Hathaway zerou suas posições em companhias aéreas.

Às 12h44, as ações da Gol despencavam 11,13% a R$ 11,06, enquanto os papéis da Azul (SA:AZUL4) tinhas perdas mais intensas de 13,91% a R$ 14,98. O Ibovespa registrava queda de 3,21% a 77.921 pontos. 

Balanço da Gol

A Gol divulgou seu resultado não-auditado do primeiro trimestre na manhã desta segunda-feira. A aérea relatou prejuízo líquido de R$ 2,3 bilhões no período, tendo como maior causa a desvalorização do real em relação ao dólar, o que impacta suas despesas operacionais e custos financeiros. No mesmo período do ano anterior, a empresa havia registrado prejuízo de R$ 32 milhões.

A empresa também informou que espera que a receita do segundo trimestre seja de R$ 900 milhões, ante R$ 3,1 bilhões um ano antes. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente no período deve cair de 25,9% para cerca de 6%.

A expectativa para a relação dívida líquida sobre Ebitda no fim de junho é de 2,9 vezes ante 2,4 vezes no final de março. No primeiro trimestre de 2019, a alavancagem era de 3,2 vezes.

Surpreendentemente, a empresa afirmou que os efeitos da pandemia de coronavírus não tiveram impacto significativo no balanço. De acordo com o Ministro da Infraestrutura, as companhias aéreas brasileiras tiveram 50% dos voos cancelados em março para o segmento internacional e 30% para o segmento doméstico.

A Gol afirmou que reduziu em aproximadamente em 80% a capacidade para 2020 (75% nas rotas domésticas e 100% nas internacionais) e pretende manter oferta reduzida até o final do ano, o que deve levar a uma queda de 70% na receita ano a ano. 

A companhia retirou 120 aeronaves de operação e mantém uma frota média de 27 aviões no segundo trimestre, para a qual espera uma taxa de ocupação aproximada de 80%.

Warren Buffett zera posições em cias aéreas americanas

Outro fator que pesa muito sobre as ações do setor foi o anúncio do bilionário Warren Buffet, de que a sua empresa de investimentos Berkshire Hathaway zerou suas posições em companhias aéreas americanas. O anúncio foi feito durante a videoconferência com acionistas da Berkshire no último sábado.

A empresa de investimentos tinha US$ 4 bilhões posicionados em ações da Delta, United, American Airlines e Southwest, o que contribuiu para o prejuízo da empresa de investimentos de US$ 49,7 bilhões no primeiro trimestre de 2020. O investidor justificou as vendas devido a temores em relação à recuperação do setor após a pandemia de coronavírus, dizendo ter dúvidas se as pessoas vão retomar as viagens de avião mesmo após dois ou três anos depois do coronavírus

A fala de Buffett também afetou fortemente as companhias aéreas listadas no mercado externo: a KLM caía 6,15%; a American Airlines, 9,87%; a Southwest, 7,53%; e a Lufthansa, 1,94%. A Latam era a única a subir, com as ADRs negociadas em Nova York subindo 2,53%.

Projeção de caixa

Ainda no anúncio do balanço, a Gol afirmou que tem caixa e reservas suficientes para suas operações até o final do ano, mesmo sem ter acertado até então um apoio financeiro de R$ 3 bilhões com o BNDES. Além disso, a empresa disse que espera reduzir a queima de caixa diária para R$ 7 milhões no segundo semestre, o que faria com que tivesse R$ 2,6 bilhões em caixa até o final do ano. No primeiro trimestre, o consumo diário de caixa da Gol foi de cerca de 22 milhões de reais.

Em março, o banco de investimentos UBS divulgou relatório com uma estimativa que aponta o fim da atual posição de caixa, considerando diversos cenários. 

Com redução de tráfego de 50%, a Azul chegaria até o 4º trimestre de 2021, podendo chegar ao terceiro trimestre deste ano caso haja a paralisação total do espaço aéreo. No caso da Gol, com redução de 70% do tráfego, o caixa chegaria até o segundo trimestre de 2021, e até o final deste ano em caso de interrupção total das operações. 

A Latam, segundo a UBS, vive a situação mais crítica, com paralisação de 50% do tráfego 50% levando o caixa até o primeiro trimestre de 2021, e todas as outras possibilidades levaria o caixa até o segundo trimestre deste ano.

No relatório, o banco disse ainda que a duração do impacto do Covid-19 nas viagens ainda não era claro, mas que provavelmente seria pior do que nas pandemias anteriores. Assim, a expectativa é que as aéreas entrem em uma estratégia de modo de sobrevivência para priorizar a solvência.

Recomendação

Em meados de abril, o UBS elevou as recomendações das ações da Azul e Gol de Venda para Neutra, mas cortou os preços-alvo de R$ 43,1 para R$ 17,4 e de R$ 24,4 para R$ 12,00, respectivamente. No caso da Latam, a recomendação foi mantida como Neutra, com alvo indo de US$ 9,8 para US$ 3,8.

Os analistas destacam que investir em companhias aéreas da América Latina em meio às incertezas do Covid-19 não parece ser uma decisão óbvia de investimento, pois as empresas gastam um dinheiro significativo durante a crise; as desvalorizações cambiais impactaram significativamente a dívida e os custos das empresas; e as posições de liquidez podem se tornar preocupantes, dependendo do momento da recuperação do tráfego.

Na visão do UBS, o potencial pacote do BNDES em negociação com a Azul, Latam e GOL (R$ 3 bilhões para cada empresa) apoiaria fortemente as posições de liquidez durante a crise, mas, ao mesmo tempo, os bônus de compra de ações poderiam limitar os atuais potencial de crescimento dos acionistas (negociações com preços de exercício a serem concluídas em 10 a 12 dias).

 

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