Investing.com - Mesmo antes do anúncio de que a Americanas (BVMF:AMER3) teria encontrado inconsistências contábeis e de que o CEO Sérgio Rial deixaria o cargo, os fluxos em opções indicavam negociações de venda, conforme apontou Pedro Menin, sócio-fundador da Quantzed, em rede social, considerando o timing da transação “estranho”. No Twitter, Menin indagou se a informação poderia ter sido vazada.
Radar de Insiders da Quantzed, que monitora partes relacionadas como diretoria e conselho, apontam que após setembro, começam vendas mais robustas dos papéis, segundo Menin.
Ao Investing.com, Pedro Menin criticou o fato de a conferência da Americanas hoje pela manhã ter sido fechada. “Ele fala, dá algumas declarações bem impactantes para companhia, como que não dá pra saber exatamente se tudo termina nos R$20 bilhões, que é um erro que tem acontecido há pelo menos seis, sete, até há dez anos, que a empresa vai precisar de mais capital, ou seja, deixando a porta aberta para um follow on, que 92% das dívidas não têm covenants. É um problema bem grande”.
Na avaliação de Menin, o mercado não perdoará a situação. “Principalmente pelo fato de parecer mesmo ser uma fraude, porque ele também fala na call, quando é perguntado, sobre como ele descobriu isso em nove dias, ele responde que é a capacidade de identificar sinais, talvez a vontade de querer falar sobre o problema não estivesse tão fluido na organização como deveria. Basicamente ele está dizendo que o anterior sabia, que é um problema antigo que todo mundo sabia e ele não quis participar disso”, completa.
Após os adiamentos para o fim do leilão e início das negociações, Menin aponta que a B3 aumentou os limites do túnel de negociação de 75% de queda para até 99%. “Então, existe a chance de o papel cair até 99% cento hoje, uma situação bem problemática. Muito feio, mercado não gosta desse tipo de coisa, ainda mais obscura do jeito que está. Agora a empresa vai pagar o preço disso. Então ao longo do pregão de hoje a gente deve ver o papel em leilão várias vezes”, acredita.