Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - As taxas de juros em mínimas recorde no Brasil fez com que muitos precisassem buscar uma alternativa à renda fixa em seus investimentos, gerando uma corrida para a bolsa. Uma grande beneficiária desse movimento foi a B3 (B3SA3), que reportou lucro de R$ 1,14 bilhão no terceiro trimestre, alta de 34,4% em relação ao mesmo período de 2019.
Um dia depois da divulgação do resultado, no entanto, o papel fechou o pregão de sexta-feira (13) em queda de 0,15%, a R$ 53,70, contra alta de 2,1% no Ibovespa, que fechou aos 104.723 pontos. Ao longo das negociações, a B3SA3 registrou R$ 54,60 de máxima e R$ 52,53 de mínima, com R$ 1,49 bilhão em volume negociado.
Desde a publicação do balanço, Ativa, XP, Mirae Asset, Safra divulgaram relatórios sobre a ação. Destes, três recomendaram Compra, enquanto a XP manteve recomendação Neutra. O preço-alvo médio atribuído pelas instituições é de R$ 64,14.
Na análise da Ativa, a B3 apresentou fortíssimo resultado operacional. A corretora destaca que o crescimento no volume de negociação permitiu a expansão da receita líquida, do Ebitda e do lucro líquido. Além do maior volume negociado em bolsa, as reversões nas despesas com provisões também ajudaram o resultado, segundo a Ativa.
Os resultados vieram acima das expectativas para a Mirae, que aponta que a empresa foi eficiente no controle de despesas.
Para a XP, por outro lado, os resultados vieram em linha com as expectativas. Além do aumento de volume, a corretora destaca que a B3 continua a se beneficiar da maior volatilidade causada pela pandemia e da alavancagem operacional. O Safra também avalia os resultados como dentro do esperado, ainda que muito fortes.
Como pontos positivos da ação, a Ativa menciona o crescimento do segmento Listado; a alta do segmento Balcão; o aumento de receita no segmento de tecnologia, dados e serviços; e a falta de concorrentes no mercado. O Safra acrescenta à lista o modelo de negócios verticalizado e integrado; o alto potencial de crescimento do mercado; a forte geração de caixa em empresas com ativos leves; a grande escala; o alto padrão de governança corporativa; e a oportunidade de armazenar, registrar e gerenciar informações de hipotecas.
No entanto, a Ativa pontua também alguns fatores negativos: a queda no segmento de infraestrutura e financiamento e o resultado financeiro mais baixo. O Safra vê como ameaças, ainda, a entrada de novos competidores no mercado; o risco macroeconômico; as possíveis contigências fiscais em caso de perda de algumas disputas legais; a regulamentação e o Cade; e o aumento de empresas que fazem listagem no exterior.
Daqui para frente, na perspectiva da Ativa, ainda há muito espaço para crescimento. O Safra, por sua vez, espera uma desaceleração dos lucros em 2021, considerando a base comparativa de receita muito elevada a partir de 2020 e a introdução de uma nova política de preços em ações. Porém, o banco aponta que a companhia irá continuar a se beneficiar do crescimento do mercado.