Atualizada às 11h25
Por Gabriel Codas
Investing.com - As ações do Banco do Brasil (SA:BBAS3) deixaram de registrar leve alta nesta quinta-feira, passando a ter uma queda maior que o Ibovespa hoje. A mudança de humor com as ações do banco estatal veio junto com a virada do Ibovespa, que teve uma abertura em alta, e após o presidente da instituição, Rubem Novaes, afirmar que o processo de fusões e aquisições e o programa de desinvestimentos do banco estão suspensos devido à crise do coronavírus. Além disso, o balanço divulgado hoje antes da abertura do mercado contribui para o pessimismo dos investidores com o papel.
Assim, por volta das 11h25, os papéis perdiam 2,59% a R$ 26,29. O Ibovespa tinha queda de 0,66% a 78.539 pontos.
Balanço
A instituição anunciou que teve queda de 20,1% no lucro líquido do primeiro trimestre, quando elevou em R$ 2 bilhões suas provisões para potenciais perdas com empréstimos em razão da crise desencadeada pelo novo coronavírus.
O lucro líquido recorrente do banco controlado pelo governo, que exclui itens extraordinários, ficou em R$ 3,395 bilhões contra R$ 4,247 bilhões um ano anos, 24,5% abaixo da média das estimativas compiladas pela Refinitv.
O BB também suspendeu suas projeções para 2020, citando o “ambiente de alta volatilidade e de incerteza decorrentes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que tem exigido atualizações frequentes de cenários e de premissas, dificultando a construção de estimativas acuradas”.
As provisões para perdas com empréstimos no primeiro trimestre aumentaram 63,3% em relação ao ano anterior, fazendo o retorno sobre o patrimônio cair para 12,5%, mais de 5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.
Os números do BB mostram que os resultados operacionais da instituição iam bem até a crise começar em marco. A receita de tarifas aumentou 4%, para 7,1 bilhões de reais, embora os ganhos com cartões de crédito e débito já tenham caído.
A carteira de empréstimos domésticos também aumentou 4,2% em relação ao trimestre anterior, impulsionada principalmente por desembolsos para grandes empresas, que buscavam linhas de crédito para enfrentar a pandemia.
O índice de inadimplência de 90 dias do Banco do Brasil permaneceu praticamente estável em 3,2% no primeiro trimestre.
O presidente-executivo, Rubem Novaes, discutirá as perspectivas do banco com jornalistas nesta quinta-feira pela manhã.
Desinvestimentos
Em conferência com acionistas e jornalistas, o presidente do banco Rubem Novaes afirmou que a intensificação da crise do coronavírus suspendeu o programa de desinvestimentos e o processo de fusão e aquisições do banco com outras instituições.
No entanto, o vice-presidente Walter Malieni diz que o banco estatal está trabalhando para cumprir o programa de associação do banco de investimentos do Banco do Brasil com o UBS. As duas instituições estão em processo de associação dos seus bancos de investimentos, em que o banco suíço terá 50,01% do capital da joint-venture.
*Com Reuters