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Bancos operam em queda; começa a fase de cadastro de chaves digitais do Pix

Publicado 05.10.2020, 11:13
Atualizado 05.10.2020, 11:14
© Reuters.
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Por Gabriel Codas

Investing.com - Na parte da manhã desta segunda-feira, as ações dos principais bancos listas na bolsa paulista operam em queda. Os investidores enxergam com cautela o novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), previsto para começar a funcionar em novembro, o Pix entrará oficialmente em teste nesta segunda-feira (5). A partir de hoje, os clientes poderão registrar as chaves digitais de endereçamento para enviar ou receber recursos em 644 instituições financeiras.

Por volta das 11h20, os ativos do Itaú perdiam 0,44% a R$ 22,49, com Bradesco (SA:BBDC4) cedendo 0,87% a R$ 19,47, Santander (SA:SANB11) recuando 1,27% a R$ 28,02 e Banco do Brasil (SA:BBAS3) com baixa de 0,74% a R$ 29,49

Segundo o BC, as chaves são o “método fácil e ágil” de identificação do recebedor. Desta forma, o pagador não precisará de dados como número da instituição, agência e conta para fazer uma transferência.

Para cadastrar a chave, basta acessar o aplicativo da instituição em que tem conta e fazer o registro, vinculando a uma conta específica uma das três informações: número de telefone celular, e-mail ou CPF/CNPJ. As informações serão armazenadas em uma plataforma tecnológica desenvolvida e operada pelo BC, chamada Diretório Identificador de Contas Transacionais (DICT), um dos componentes do Pix.

Para a XP Investimentos, o impacto é negativo para a linha de receita de conta corrente dos bancos de sua cobertura, que representou 17% do total das receitas de serviços em 2019. Esta linha incorpora as seguintes receitas de serviços avulsos, que são as cobranças realizadas pelos diferentes serviços como transferências de recursos, anuidade de cartões, entre outras; e os serviços de pacotes, que são cobranças por cestas de serviços com um preço predeterminado.

Segundo os analistas, a maior parte da receita de conta corrente é representativa de pacotes, porém o impacto tangível desde o curto prazo deve ser observado na porção de transferências e pagamentos via débito e boleto dos serviços avulsos, que são relativamente pouco representativas do total. Além disso, enxergam potencial de atingir a porção de transações de débito das adquirentes também, devido à potencial redução de receitas de interchange.

A equipe vê um impacto relativamente baixo no curto prazo. No entanto, acredita que o potencial impacto do PIX pode se agravar, pois com o avanço da competição na indústria bancária vê o valor agregado dos pacotes de serviços cada vez menor e mais propícia a disrupção, impulsionada principalmente pela maior agressividade das fintechs em linhas excessivamente rentáveis para os bancos incumbentes. Neste cenário, o PIX é mais um agravante competitivo na indústria.

Assim, a XP acredita que o engajamento do PIX representa um risco para os bancos e que sua evolução deve ser monitorada de perto pelos investidores. Em relação ao engajamento, vimos o BCB fechar um acordo com ANEEL para permitir o pagamento de contas de luz, mas não vimos articulações para engajar a ponta corporativa, o que aumentaria o risco dado que a utilização da plataforma já não é mandatória para comerciantes.

Por fim, os analistas também enxergam um risco de segurança e fraudes, dado que a atenção aos golpes cibernéticos ainda é baixa e a evolução principalmente de golpes como o phishing vem crescendo bastante.

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