Por Gabriel Codas
Investing.com - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve encerar ainda neste ano sua presença na Vale (SA:VALE3), lugar que se encontra há anos por meio do seu braço de investimentos, o BNDESPar. As informações são da edição de domingo da Coluna do Broadcast do Estadão.
A publicação lembra que o banco público já realizou a venda de ações da mineradora na bolsa e levantou R$ 7,2 bilhões. O próximo passo será a alienação de suas debêntures participativas. Processo que é um pouco mais complexo, uma vez que os papéis serão listados em bolsa como se fossem assim. Em seguida, será realizada uma oferta pública, como uma tradicional oferta subsequente. A expectativa é que tudo seja concluído ainda em 2020.
Depois disso, informa a coluna, o BNDES poderá vender o que ainda lhe resta de ações da Vale, que serão liberadas depois do o fim do acordo de acionistas da mineradora, o que ocorre no dia 9 de novembro.
Desta forma, governo estará praticamente fora do capital da companhia, privatizada em 1997 no governo de Fernando Henrique Cardoso. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil (SA:BBAS3), ainda tem participação, mas também deve partir para a venda.
Por volta das 12h05, os papéis da mineradora operavam em queda de 0,26% a R$ 61,79, oscilando entre a mínima de R$ 61,38 e máxima de R$ 63,35, com R$ 1,14 bilhões de volume negociado. O desempenho é inferior à alta do Ibovespa, que subia 1,29% a 99.636 pontos, próximo à máxima do dia.
A baixa das ações da Vale ocorre mesmo com a alta de 2,41% dos minérios de ferro na bolsa chinesa de Dalian. O ativo com o maior volume de operações, com data de vencimento para janeiro do próximo calendário, somou 2,41% para 848,50 iuanes por tonelada, o que representa alta de 20,00 iuanes em relação aos 848,50 iuanes de liquidação da sessão anterior.
Pagamento de linha de crédito
A Vale notificou a seus credores que realizará o pagamento de 5 bilhões de dólares de linhas de crédito rotativo com vencimento em junho de 2022 e dezembro de 2024 que foram desembolsados em março de 2020.
"A amortização mencionada acima é consistente com a estratégia da Vale, recompondo integralmente a disponibilidade das linhas de crédito rotativo ao valor original de 5 bilhões de dólares", disse a empresa em comunicado nesta segunda-feira.
A companhia havia decidido utilizar as linhas de crédito rotativo no final de março para ter maiores reservas em caixa, ao apontar riscos apresentados a seus negócios pela pandemia de coronavírus.
(Com contribuição de Reuters)