SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista avançava mais de 1 por cento na manhã desta segunda-feira, com a primeira etapa do dia marcada por vencimento de opções e forte alta das ações da BRF, embora persistam receios sobre o panorama da disputa presidencial apontado em recentes pesquisas eleitorais.
Às 11:44, o Ibovespa subia 1,47 por cento, a 76.536,03 pontos. O volume financeiro somava 3,57 bilhões de reais.
Para a equipe da Coinvalores, o mercado tende a receber mal o cenário que vem ganhando força nas últimas pesquisas, especialmente a aparente consolidação de um candidato mais à esquerda em segundo lugar na corrida presidencial e do elevado grau de incerteza em relação ao segundo turno, conforme relatório a clientes.
Na última sexta-feira, pesquisa Datafolha mostrou o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, ainda na liderança, com 26 por cento, enquanto o candidato do PT, Fernando Haddad, apareceu empatado com o candidato do PDT, Ciro Gomes, na segunda posição, ambos com 13 por cento.
"Com o crescimento da candidatura de Fernando Haddad do PT e a manutenção de Ciro Gomes (PDT) nos mesmos patamares parece que ter encurtado a cada dia o campo para os demais candidatos irem ao segundo turno", acrescentou o BTG Pactual (SA:BPAC11), em nota a clientes.
Pesquisa de intenção de voto para a eleição de outubro encomendada pelo BTG Pactual ao Instituto FSB Pesquisa, divulgada nesta segunda-feira, também mostrou Bolsonaro mantendo liderança folgada na disputa pela Presidência, e também apontou avanço de Haddad.
Levantamento CNT/MDA, também divulgado nesta segunda-feira, mostrou a mesma tendência, com Bolsonaro com 28,2 por cento e Fernando Haddad com 17,6 por cento.
DESTAQUES
- BRF (SA:BRFS3) saltava 5,76 por cento, tendo como pano de fundo relatório do Goldman Sachs elevando a recomendação das ações da companhia para 'compra' ante 'venda', conforme o analista Luca Cipiccia vê uma melhor relação risco versus retorno dos papéis. O preço-alvo subiu para 30,8 reais ante 19 reais anteriormente.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) valorizava-se 1,86 por cento, tendo como pano de fundo a alta do petróleo no exterior e vencimento de opções, visto que figuram entre as séries mais líquidas do exercício. O diretor-executivo financeiro e de relacionamento com investidores da companhia, Rafael Grisolia, também afirmou à Reuters que a petrolífera de controle estatal tem como objetivo elevar a produção de petróleo de 8 a 10 por cento, para cerca de 2,3 milhões de barris por dia (bpd), em 2019 e reduzir a dívida em mais 10 bilhões de dólares no próximo ano.
- VALE (SA:VALE3) avançava 0,51 por cento, também entre as séries mais líquidas de opções e tendo como pano de fundo a alta de outras mineradoras no exterior. Analistas do Bradesco BBI liderados por Thiago Lofiego elevaram a recomendação para os ADRs da mineradora para 'outperform' ante 'neutra', com preço-alvo de 19 dólares, ante 14 dólares. Em relatório a clientes, eles elevaram previsão para o Ebitda da companhia em cerca de 20 por cento para o período de 2019-2020.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) valorizava-se 2,63 por cento, reforçando o viés positivo, conforme também é influenciada pelo exercício de opções, assim como ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4), que subia 1,35 por cento. O setor bancário como um todo tinha uma sessão positiva. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) ganhava 2,54 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) tinha acréscimo de 1,17 por cento.
- KLABIN UNIT (SA:KLBN11) caía 1,1 por cento, uma das poucas ações em queda na sessão, com o alívio no fortalecimento do dólar ante o real abrindo espaço para ajuste negativo no setor de papel e celulose.
(Por Paula Arend Laier)