Brasil segue China e reduz participação em títulos dos EUA

Publicado 26.07.2025, 10:10
© Reuters Brasil segue China e reduz participação em títulos dos EUA

O Brasil tem diminuído a sua participação na compra de títulos da dívida pública dos Estados Unidos. O mercado brasileiro representava 4,2% do total de treasuries estrangeiros em 2014. A fatia caiu para 2,3% em 2024.

Outro país emergente fez um movimento similar, mas em um nível mais drástico: a China. A potência asiática reduziu a parcela dos títulos estadunidenses de 20,2% para 8,8% em 10 anos.

A China permanece como uma das maiores financiadoras dos papéis, mas tem investido em outros mercados e diversificando a carteira.

Os treasuries são títulos da dívida pública dos Estados Unidos emitidos pelo Tesouro local para financiar o governo. Funcionam como um empréstimo: quem compra recebe juros em troca.

São investimentos considerados menos voláteis e com influência nas taxas de juros.

Em termos nominais (em dólares), ambos os países também diminuíram a fatia dos títulos. No caso do Brasil, eram US$ 256 bilhões em 2014. Passou para US$ 202 bilhões em 2024.

O auge do financiamento brasileiro da dívida norte-americana foi em 2018, quando ultrapassou a marca dos US$ 300 bilhões.

No caso da China, a queda nominal foi mais acentuada. Eram US$ 1,24 trilhão em 2014, que passaram para US$ 759 bilhões em 2024. Representa uma retração de 39%.

OS TREASURIES EM 2025

Nos últimos anos, a China costumava ser o 1º ou o 2º maior financiador dos títulos estrangeiros do Tesouro dos EUA. O cenário mudou em 2025.

A nação asiática ficou em 3º lugar no ranking do estoque dos papéis em maio de 2025, ultrapassada pelo Reino Unido.

A lista é liderada pelo Japão, que detém US$ 1,14 trilhão dos treasuries (12,6% do total). O Brasil fica em 14º lugar.

DIVERSIFICAÇÃO DE CARTEIRA

Economista-chefe da agência classificadora de risco Austin Rating, Alex Agostini avalia que a redução da participação nos títulos estadunidenses por China e Brasil pode se explicar por uma estratégia de diversificação de investimentos dos países.

Segundo ele, os investimentos de outros países ficaram mais atrativos ao longo dos anos –especialmente depois da pandemia de covid-19.

“Historicamente, a gente tinha o título americano como sempre refúgio. Mas, depois, passaram a ter outros títulos interessantes. Mais recentemente, Japão e Europa também. Então, pode ser diversificação de carteira”, declarou o especialista ao Poder360.

Especificamente para 2025, outro fator tende a afetar os investimentos nos treasuries: as incertezas causadas pelo tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano).

Ele impôs taxas às importações de várias nações. Mas também conseguiu negociar com alguns governos. Todo esse movimento traz volatilidade à economia norte-americana, o que torna os títulos do Tesouro menos atrativos.

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