Investing.com - O BTG Pactual (SA:BPAC11) divulgou relatório nesta sexta-feira mostrando preocupação com a decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro de vetar um reajuste do preço do diesel anunciado ontem pela Petrobras (SA:PETR4).
O banco relembra que a estatal revisou recentemente sua política de ajuste de preço do diesel de modo que, usando mecanismos de hedge, os movimentos de preços acontecessem em não menos que 15 dias. Com base no spot (sem saber a posição de hedge), os analistas estimam que os preços do diesel local estão 5,8% abaixo do valor da paridade internacional. Os preços do diesel seguem inalterados desde 22 de março.
Para a equipe do banco, a decisão tomada com o temor da greve dos caminhoneiros coloca o país em um dilema. Por um lado, uma nova paralisação pode trazer grandes impactos para a economia brasileira e também para a Petrobras. Por outro, deixa a estatal exposta à influência política, mesmo em um governo com agenda liberal.
Dessa forma, o BTG diz que agora tem medo de que, mesmo após a revisão da periodicidade do ajuste de preços, a fim de mitigar a volatilidade, a capacidade da Petrobras de buscar o preço internacional será limitada em um cenário onde os preços do petróleo/câmbio exigem ajustes de preço mais fortes.
O BTG mantém a recomendação de compra, enquanto espera novos desdobramentos. Para os analistas, que a história de valor da estatal tem três dimensões, que podem estar em risco em duas delas: liberdade operacional para controlar os preços e venda de refinarias.