Investing.com - O rali de 75% das ações da XP na Nasdaq nos últimos 30 dias deverão impulsionar o valuation do Itaú, principal acionista da corretora. A avaliação é do BTG Pactual (SA:BPAC11) que estacou a subida da corretora de 56% em 2020 ao mesmo tempo que a cotação do Itaú sofre queda de 26%.
Às 12h30 (horário de Brasília), os papéis da XP (NASDAQ:XP) eram negociados em alta de 1,8%, a US$ 47,01 por ação, enquanto as ações do Itaú (SA:ITUB4) apresentavam alta de 4,75%, a R$ 27,77.
Os analistas Eduardo Rosman e Thomas Paredo, que assinam o relatório distribuído nesta quinta-feira (18), argumentam que, ainda que o BTG normalmente seja cético em relação à abordagem de soma das partes (SOTP, na sigla em inglês), ela parece justa neste caso, visto que a XP é de fato independente e que o mercado usa essa abordagem para o Softbank e sua participação na Alibaba, por exemplo.
Além disso, pontua o relatório, a relevância da XP se tornou grande demais para ser ignorada. Se for excluída a participação do Itaú na XP, o valor de mercado do banco seria quase o mesmo do Bradesco (SA:BBDC4). Sem considerar a corretora, o Itaú seria negociado a 7,1xPE19 (mais de 20% mais barato), vs. 7,7x do Bradesco e 8,3x do Santander (SA:SANB11).
Se o Itaú conseguisse exercer sua opção de compra na XP hoje, comprando a 19xPE21 algo que é negociado a 59xPE21, geraria um “extra” de R$ 11,3 bilhões em ganhos, ou 4% de seu valor de mercado.
Histórico
O Itaú comprou 49,9% da XP por R$ 6 bilhões em maio de 2017. Dado o aumento de capital de R$ 4,4 no IPO de dezembro de 2019, o Itaú foi diluído, e agora detém uma participação de 46%. No entanto, o banco mais valioso do Brasil tem o direito de comprar mais 12,5% em 2022 a 19xPE21, sendo a maior parte da General Atlantic. A XP atualmente é negociada a 59xPE21.
Desde o investimento do banco em 2017, o valor de mercado da XP cresceu 10 vezes.