Por Mimosa Spencer
PARIS (Reuters) - Para Billie Essco, estar nos bastidores de um desfile da luxuosa marca de streetwear do estilista Virgil Abloh, a Off-White, no Museu do Louvre, em janeiro do ano passado, foi como ser "criança em uma loja de doces".
Essco, um artista negro norte-americano de 31 anos, músico e estilista de Buffalo, em Nova York, tomou a decisão de última hora de se juntar a seu amigo, o rapper Westside Gunn, em uma viagem a Paris com a esperança de entrar sorrateiramente em um desfile durante a Semana de Moda.
Ele nunca teria sonhado em sair com Abloh, que além de ser o fundador da Off-White, era o estilista de moda masculina da Louis Vuitton -- a maior marca de luxo do mundo, propriedade da gigante francesa LVMH.
"Tenho canalizado esse homem, sua energia e seus projetos nos últimos cinco anos e agora estou aqui vendo coisas que o mundo ainda não viu", disse Essco, também conhecido como Uptown Chase.
"A moda era uma coisa de nicho muito fechada, era uma espécie de insider, 'se você sabe, você sabe' -- acredito que Virgil abriu portas para pessoas como eu entrarem nesta comunidade."
Abloh, o estilista negro de maior destaque da moda, morreu no domingo, aos 41 anos, após uma batalha contra uma forma rara de câncer. Em julho, ele havia sido promovido para trabalhar nas 75 marcas da LVMH.
Outros diretores criativos de grupos concorrentes, de Alessandro Michele, da Gucci, a Donatella Versace, elogiaram sua visão. O desfile de homenagem com sua última coleção, realizado em Miami na terça-feira, atraiu uma multidão de figuras de alto escalão na moda, incluindo seu amigo de longa data, músico e estilista Ye --anteriormente conhecido como Kanye West-- e o bilionário chefe da LVMH, Bernard Arnault.
Mas para pessoas como Essco, skatistas de sua cidade natal de Chicago e refugiados órfãos da África Ocidental em Paris que jogam com camisetas desenhadas por Abloh, seu nome e influência ressoaram muito além do tradicional e rarefeito mundo do luxo.