Investing.com - As ações da CCR (SA:CCRO3) estão no vermelho na manhã desta terça-feira na B3, liderando as perdas do Ibovespa. A avaliação negativa dos investidores sobre a concessionária de rodovias é devido à apresentação de um lucro líquido no terceiro trimestre do ano menor que o obtido no mesmo período do ano passado, além de estar abaixo do consenso do mercado.
Com isso, os papéis da companhia estão em queda de 2,01% a R$ 16,55 às 11h00.
Resultado da empresa
A administradora de concessões de infraestrutura anunciou nesta segunda-feira (28) que teve lucro líquido de 340,2 milhões de reais no período, queda de 6,9% ante mesma etapa de 2018. O número veio abaixo da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de 445,1 milhões de reais.
Segundo a CCR (SA:CCRO3), a queda refletiu sobretudo o efeito não recorrente decorrente de uma baixa de 30,8 milhões referentes a impostos diferidos sobre diferenças temporárias ativas em razão de análise de recuperabilidade da MSVia.
O resultado operacional da CCR (SA:CCRO3) medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou 1,53 bilhão de reais, aumento de 21,4% ano a ano. A margem Ebitda subiu 3,2 pontos percentuais, para 63,4%.
Essa evolução refletiu o crescimento de 15,3% da receita líquida, para 2,41 bilhões de reais. De julho a setembro, o tráfego consolidado cresceu 6%, influenciando pelo início das operações da ViaSul. Usando bases comparáveis, o crescimento foi de 2%.
De todo modo, o Ebitda também foi menor do que a previsão média dos analistas da Refinitiv, de 1,63 bilhão de reais.
Segundo o diretor de relações com investidores da CCR (SA:CCRO3), Arthur Piotto, os resultados do terceiro trimestre já eliminam os efeitos não recorrentes derivados da greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado, que prejudicaram fortemente a atividade econômica do país.
De acordo com o relatório de resultados, a isenção da cobrança de eixos suspensos dos caminhões vazios, uma das consequências da greve, representaram perda de receita de pedágio de cerca de 88,1 milhões de reais no trimestre e de 392,1 milhões de reais desde o início das isenções.
A decisão, que impacta as concessionárias de rodovias, é passível de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Segundo Piotto, as conversas a respeito estão em andamento, mas ainda não há previsão para a aplicação desse ajuste.
Ainda segundo Piotto, a CCR (SA:CCRO3) deve fechar 2019 com investimentos totais de 1,7 bilhão de reais, ante previsão inicial de 2,2 bilhões de reais para o período
Avaliação
Para a Mirae Asset, o resultado foi bom, sólido e as perspectivas para a empresa e para o setor são favoráveis devido à expectativa de aceleração da recuperação da economia interna para 2020. A perspectiva de melhora do PIB deve, consequentemente, elevar o tráfego nas rodovias. Segue também no radar as privatizações e concessões de rodovias em estudos pelos governos federal e estaduais.
Mesmo assim, a corretora tem recomendação neutra para o papel, com preço-justo a R$ 15,66, 7,3% menor em relação ao fechamento da sessão de segunda-feira.
Para o BB-BI, o resultado também veio positivo, com o tráfego vindo acima das estimativas do banco. Na visão do banco, a diversificação de ativos da concessionário se mostrou um modelo de negócio resilientes.
Mesmo assim, o BB-BI também tem recomendação neutra a R$ 14,00 por falta de gatilho para valorização da ação.
Já o BTG avaliou os resultados operacionais como "sólidos" no 3º trimestre, em linha com o esperado pela equipe de analistas. O banco, diferentemente das duas análises acima, mantém a recomendação de compra, com preço alvo de R$ 18,00, upside de 8%, mas vê riscos de execução do extenso pipeline de projetos.
*Com Reuters