O maior apetite do governo por aumento de receita, bem como a possibilidade de elevação da carga tributária, são tidos como "o grande risco" para o setor de produção de óleo e gás, de acordo com o presidente da Prio, Roberto Monteiro. Referindo-se ao mecanismo do imposto seletivo presente na Reforma Tributária, Monteiro comentou que já foi estabelecida uma taxação de até 1% que incidirá sobre o setor de exploração e produção de petróleo. No curto prazo, o presidente da Prio não espera a criação de novas alíquotas, mas relembra que foi surpreendido em 2023 com a decisão do governo de criar um imposto sobre as exportações de petróleo cru.
"Falo com toda a transparência. Nós descobrimos o imposto de exportação de petróleo um dia depois de todo mundo. Fomos pegos de surpresa", afirmou Monteiro.
De acordo com o executivo, o setor de exploração e produção de petróleo gera muito caixa e oportunidades, mas as decisões e investimentos são tomadas esperando um cenário de previsibilidade fiscal e tributária.
"A insegurança jurídica é levada em conta durante uma decisão de investimento. Vamos levando isso até não aguentarmos mais", afirmou o executivo. Ele alertou em seguida que uma elevação dos impostos da forma como tem acontecido pode levar empresas do setor a deixar de investir no Brasil.