(Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) pretende investir 105 bilhões de dólares em cinco anos e desinvestir até 35 bilhões de dólares no mesmo período, disse nesta terça-feira o presidente da companhia, Roberto Castello Branco.
Os valores citados pelo executivo durante audiência na Câmara estão acima dos 84,1 bilhões de dólares previstos em investimentos no Plano de Negócios e Gestão da Petrobras 2019-2023, divulgado ao final do ano passado, quando Castello Branco ainda não havia assumido a companhia.
Da mesma forma, os desinvestimentos previstos nesta terça-feira também superam a potencial entrada de recursos com vendas de ativos de 26,9 bilhões de dólares prevista no plano.
"Isso se chama gestão de portfólio", afirmou o presidente da Petrobras, de acordo com informações da assessoria de imprensa da empresa.
A estimativa de venda de ativos foi feita por Castello Branco após o Supremo Tribunal Federal decidir na semana passada que não é necessário o aval do Congresso para a venda de subsidiárias de estatais.
Boa parte dos desinvestimentos deve ser obtida com a venda de refinarias. Quando o plano foi divulgado, a ideia não era vender integralmente oito refinarias, algo que foi estabelecido posteriormente.
A estatal informou nesta terça-feira que assinou com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um termo que consolida entendimentos entre as partes sobre como deverá se dar o desinvestimento da companhia em seus ativos de refino, visando propiciar condições concorrenciais no setor e a entrada de novos agentes.
Durante a audiência na Câmara, Castello Branco não fez considerações se os valores estavam acima do plano divulgado em dezembro para o período de 2019 a 2023.
O programa atual já aponta um aumento de quase 10 bilhões de dólares nos investimentos na comparação com o plano anterior, com o setor de exploração e produção de petróleo e gás mantendo a maior parte dos aportes.
"O melhor da Petrobras é a exploração de petróleo em águas profundas e ultrapofundas. A Petrobras possui capital humano altamente qualificado, possuímos os melhores engenheiros e tecnologia. O mesmo não acontece em campos maduros de petróleo, em terra e em águas rasas", disse o executivo, segundo a Agência Câmara.
(Por Roberto Samora)