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Com dívida de R$43 bi, Justiça do RJ aceita pedido de recuperação da Americanas

Publicado 19.01.2023, 19:29
Atualizado 19.01.2023, 20:46
© Americanas - Divulgação própria

© Americanas - Divulgação própria

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A Justiça do Rio de Janeiro aceitou pedido de recuperação judicial da Americanas apresentado nesta quinta-feira e que cita dívidas de cerca de 43 bilhões de reais. O pedido foi feito oito dias após a empresa ter revelado um rombo contábil de 20 bilhões de reais, em um dos maiores escândalos corporativos da história do Brasil.

No documento encaminhado à 4ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, a varejista citou a piora nas conversas com credores e fornecedores, a consequente redução posição de caixa e a necessidade de manter a operação como motivos para o pedido, o quarto maior da história no país.

O pedido de recuperação judicial inclui as empresas B2W (BVMF:AMER3), JSM Global e ST Importações, deixando de fora a fintech Ame, que vinha recebendo forte impulso do ecossistema de lojas físicas e online do grupo.

Os acionistas de referência pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação, afirmou a Americanas, que pediu ainda à Justiça aval para capitalizar a Ame, por considerá-la "um dos maiores vetores de renda do grupo".

A recuperação judicial foi precipitada por uma batalha judicial desde a última sexta-feira, quando a Americanas obteve proteção de 30 dias contra credores, dois dias após ter feito o tumultuado anúncio de "inconsistências contábeis" de 20 bilhões de reais e consequente renúncia dos seus dois principais executivos, após poucos dias no cargo.

Credores, incluindo BTG Pactual (BVMF:BPAC11) e Bradesco (BVMF:BBDC4), buscaram reverter a decisão, esvaziando o caixa da Americanas, cujo breve presidente-executivo Sergio Rial disse ao renunciar na semana passada que era de 7,8 bilhões de reais.

Sem citar nomes, a varejista afirmou no pedido à Justiça que "alguns poucos credores, sem pensar nos impactos para a coletividade, tomaram medidas precipitadas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação a curto prazo".

Como resultado do anúncio desta quinta, a ação da Americanas mergulhou 42,5%, para 1 real, colocando seu valor de mercado em cerca de 902 milhões de reais, menos de 10% do que valia antes do malfadado anúncio da semana passada, que também levou as agências de rating Fitch e S&P a colocarem a classificação da nota de crédito da companhia na categoria 'lixo'. A B3 (BVMF:B3SA3) anunciou nesta quinta-feira a exclusão do papel de todos os índices, incluindo o de referência da bolsa, Ibovespa.

O pedido de recuperação judicial põe Americanas, com cerca de 40 mil empregados e 3.600 lojas físicas, entre as maiores 'RJs' do país. O grupo das maiores operações do tipo no país inclui Odebrecht, com 98,5 bilhões de reais em dívidas em 2019; Oi (BVMF:OIBR3), com 65,4 bilhões em 2016; e Samarco (50 bilhões de reais) em 2021.

GUERRA JUDICIAL

Após o fechamento do mercado acionário, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a criação de uma força tarefa para investigar o escândalo, criando um canal de denúncias anônimas envolvendo a Americanas.

Na CVM já há pelo menos sete processos de investigação envolvendo Americanas, PwC, agências de classificação de risco e acionistas de referência.

Além disso, um grupo de investidores pediu arbitragem coletiva contra a Americanas e a 3G Capital, buscando indenização de 500 milhões de reais, segundo documento visto pela Reuters nesta quinta-feira.

O grupo de investidores, Instituto Ibero-americano da Empresa, fez o pedido à Câmara do Mercado da B3. A entidade afirma que os problemas contábeis da Americanas que remontam há anos mascararam o real preço da ação da companhia, levando os investidores a erro.

Representantes da Americanas e da 3G Capital não comentaram o assunto.

Na semana passada, a Abradin, associação que reúne minoritários de empresas de capital aberto, apresentou denúncia à CVM pedindo investigação sobre a PwC e a Americanas, considerando que a crise foi criada por uma fraude.

MANCHAS

O caso Americanas lança sombras sobre a reputação de empresários, executivos, auditores e sobre a capacidade de reguladores e outros entes do mercado de evitarem fraudes e outros escândalos contábeis.

Um dos principais alvos de críticas é a PwC. Além da Americanas, a companhia também era auditora independente da resseguradora IRB Brasil (BVMF:IRBR3), protagonista de um escândalo contábil em 2020; da Odebrecht e da Petrobras (BVMF:PETR4), peças centrais de um megaescândalo desvendado pela Lava Jato.

O episódio também resvala sobre o lendário grupo de investidores brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, fundadores da 3G Capital, e que além de serem acionistas de referência da Americanas, controlam Ambev (BVMF:ABEV3); Kraft Heinz; e Zamp, nome oficial da Burger King (BVMF:ZAMP3) no Brasil. A 3G Capital não é acionista direta da Americanas.

© Reuters. Brasília, Brasil 12/01/2023. REUTERS/Ueslei Marcelino

Desde o anúncio do escândalo contábil na semana passada, investidores têm se mostrado preocupados com possibilidade de contágio dos problemas da Americanas nas outras empresas investidas pelo trio.

Porém, o analista Mateus Pazin Haag, da Guide Investimentos, afirmou que apesar das ações da Ambev terem sofrido com a crise da Americanas, os riscos da cervejaria apresentar o mesmo problema contábil da varejista ou de seus controladores venderem ações da empresa são baixos. As ações da Ambev encerraram o dia em queda de 1% ante alta de 0,6% do Ibovespa.

(Com reportagem adicional de Paula Arend Laier e Carolina Pulice)

Últimos comentários

proxima
Grupo 3 Gananciosos, abre a empresa da o calote, e sai como inocente,só aqui mesmo nesse Brasil, deviam ir presos!!!
O negócio é ficar longe de tudo com 3g, pwc até o imbróglio ficar mais as claras.
BNDES, NÓS O INVOCAMOS!!! KKKKK
HORA LULA ENTRAR COMPRAR AMERICANAS CRIANDO CREDIBILIDADE PEDINDO DESÁGIO 20% DIVIDA E BRASIL ENTRA MERCADO VAREJISTA OBTENDO LUCRO DEPOIS ENTRA MERCADO PROTEINA ANIMALEDEPOIS NÃO PESSISA LULA INVISTI JBSO ESTADO BRASILEIRO CRIA SEU FRIGORÍFICO PARA SUA PROPIA PROTEINA ANIMAL JÁ QUE TERRA ELE TEM E OBTEM LUCRO FONTE DE RENDA PARA O ESTADOAALGUÉM LENDO PENSA ASSIM: A O ESTADO ROUBA A FUNCIONÁRIO PUBLICO ROUBA A POLÍTICOS ROUBAMQUEMROUBA É AUSENCIA EDUCAÇÃO QUEROUBA CONCIENCIABDE NAÇÃO É POR ISTO QUE REDE GLOBO JAMAIS ESTIMULA EDUCAÇÃO E SIM QUIANCA IXPERANCA EDUCAÇÃO JÁ AULA 07:30 ate 17:30 e sábado tambemEPROFESSOR GANHA DE 10.000,00 15.000,00Caso contrário NEMABREESCOLA
Grupo de Bandidos !
Triste, alguém maquiou e criou toda essa crise, triste para os 40 mil desempregados em breve, os acionistas devem sim processar, pois foram induzidos ao erro, esperanos a CVM se pronunciar sobre tais balanços falsos e que passaram batido hein, sera que temos outras empresas apresentando contas erradas para lubridiar acionistas? E agora CVM e agora B3 ??
Perdi muito dinheiro, nesta S/A. Como isso pode acontecer na B3.... Balanços auditados pela PWC Brasil... sem ressalvas... tem caroço nesse angu. Como ficou vaga o CEO da Americanas podia nomear a estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP) Alicia Muller.... acredito que tudo foi orquestrado pelos 3G... muito na cara escolher um Ceo em agosto e dar posse em janeiro e aí, com sete dias o cara fala de um rombo de 20.000.000.000... cadê Miguel Gutierrez????? traquinagem pura... Eu quero meu dinheiro de volta...
Triste slguem maquiou e criou toda essa crise, triste para is 40 mil desenpregados em breve, os acionistas decem processar sim, pois foram induzidos ao erro, espero cvm se pronunciar sobre tais balancos que passaram batido hein, seraque temos outras empresas apresentando contas erradas para lubridiar acionistas? E agora CVm e agora B3 ??
Brasil é o país da fraude….
inclusive a maior delas, a eleitoral
Perdeu Maneh...
Minoritários serão diluídos pelo mecanismo da B3 que obriga grupamentos e com o tempo isso poderia gerar espaço para entrada de um acionista maior... o que ainda é muito complicado nas condições atuais. da empresa. Operação de varejo com uma nota de crédito nesse nível é praticamente impossível...
Tremenda Pirâmide!!
Até quando a PwC vai continuar a fazer FRAUDES no Brasil???
essa é uma pergunta que a CVM deveria responder.
Colocar uma lista de empresas ma B3 auditadas por essa empresa e boicotar, ninguém compra.
O datafolha vai pesquisar para você...
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