Atualizada em 25/02/2021 às 16h05 com posicionamento da Paschoalotto
SÃO PAULO (Reuters) - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou nesta quarta-feira que indeferiu o pedido de registro de companhia aberta da empresa especializada em recuperação de crédito Paschoalotto, o que na prática inviabiliza sua oferta inicial de ações (IPO).
O regulador não dá detalhes sobre a negativa. Frequentemente, ela acontece após pedido da própria empresa, quando considera que o momento do mercado não é adequado para levar a operação adiante. Só neste ano, 11 companhias já desistiram de seus IPOs na B3 (SA:B3SA3) devido à volatidade do mercado.
A Paschoalotto havia pedido registro para IPO em outubro, com planos de buscar recursos para financiar planos de expansão, de olho no mercado de dívidas em atraso, que tende a crescer no Brasil na esteira da crise provocada pela pandemia da Covid-19.
A companhia com sede em Bauru, interior paulista, pretendia usar os recursos com a venda de ações novas para investir em crescimento orgânico e para adquirir rivais, enquanto sócios da empresa também venderiam participação no negócio, incluindo um fundo da Gávea Investimentos, que investiu na companhia em 2015.
Com a palavra, a Paschoalotto
A assessoria de imprensa da Paschoalotto entrou em contato com o Investing.com Brasil com o posicionamento da empresa em relação à nota veiculada pela Reuters, nossa parceira de conteúdo, sobre o cancelamento do IPO. Segue abaixo:
"A Paschoalotto Serviços Financeiros S.A. vem, por meio da presente nota, esclarecer que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não indeferiu qualquer IPO ou procedimento de registro da Paschoalotto em andamento perante a CVM, o pedido de desistência do IPO foi uma decisão exclusiva da nossa empresa por entendermos não ser o melhor momento de mercado para seguirmos com a oferta e a CVM unicamente deferiu nosso pedido de desistência.
Vamos aos fatos: a Paschoalotto submeteu à CVM, em 22 de fevereiro de 2021, pedido voluntário de cancelamento do IPO e demais procedimentos de registro em trâmite perante a CVM e à B3 S.A. – Brasil, Bolsa Balcão (B3), ou seja, dentro do prazo regulamentar prorrogado para cumprimento das exigências efetuadas pela CVM e de acordo com a regulamentação aplicável, em decorrência, especialmente, da alta volatidade dos mercados que vem sendo apurada desde o ingresso, pela Paschoalotto, com o pedido de registro do IPO.
Desta forma, os veículos de comunicação que sem qualquer diligência investigativa mínima divulgaram informação incorreta sobre o status dos procedimentos conduzidos perante a CVM, o fizeram de maneira equivocada e de forma a prejudicar a Companhia, seus negócios e sua reputação. Um mínima checagem ou diligência poderia ter evitado essa notícia falaciosa e impertinente. Esperamos que com a mesma velocidade e destaque com que a notícia foi dada a mesma seja excluída e reparada nos canais de comunicação".
(Por Aluísio Alves)