Por Gabriel Codas
Investing.com - Pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19, a rentabilidade das debêntures atreladas ao DI ficou no campo positivo. Na terça-feira, 18, a variação do IDA-DI (Índice de Debêntures ANBIMA, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) foi de 0,0046%, devolvendo parte da perda acumulada desde março.
O resultado acumulado do IDA-DI no ano havia sido positivo pela última vez em 19 de março, quando a deterioração da percepção dos riscos associados ao mercado e, consequentemente, das debêntures, fez os prêmios de riscos desses papéis atingirem taxas recordes. Em 13 de abril, foi registrada a maior perda acumulada do ano, de -5,73%.
O movimento de recuperação proporcionou também a redução do prêmio de risco embutido na carteira do IDA-DI. Vale lembrar que o prêmio de risco calcula a diferença de taxas entre debêntures e títulos públicos (de risco soberano) que tenham prazos e remunerações semelhantes - por isso, quanto menor for o prêmio significa que o risco atrelado aos papéis corporativos também é menor.
O resultado, entretanto, ainda não atingiu o patamar de antes da pandemia: hoje, o prêmio de risco do IDA-DI é de 2,05%, mais de um ponto percentual acima do registrado no fim de fevereiro (1,04%), porém já está abaixo dos 3,67% apurados em 13 de abril.
A recuperação também pode ser avaliada pela diferença entre as performances do IDA-DI e do IMA-S, índice que reflete as LFTs, que são ativos remunerados pela Selic e possuem trajetória similar ao DI. Se acompanharmos duas aplicações hipotéticas de mil reais no IDA-DI e no IMA-S feitas no início de 2020, embora ainda se observe diferença equivalente a mais de 2% de retorno entre as duas, o investidor de debêntures teria recuperado o valor inicial, a partir do resultado acumulado em 18 de agosto (vide gráfico).
As diferenças entre as rentabilidades dos dois índices, principalmente a partir da segunda quinzena de abril, é outro ponto de destaque. O movimento ilustra a possibilidade de o investidor, sabendo dimensionar os riscos de suas aplicações, ter retornos acima dos benchmarks.