SÃO PAULO (Reuters) - O escritório Alvarez & Marsal e as empresas de auditoria independente PricewaterhouseCoopers e Deloitte & Touche estão disputando mandato para administrar o grupo de telecomunicações Oi (SA:OIBR4), que pediu recuperação judicial, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.
A Oi pediu no mês passado proteção judicial contra credores em 65,4 bilhões de reais de títulos, dívida bancária e passivos operacionais. O juiz encarregado do caso pediu que a Anatel indicasse candidatos para administrar o processo.
Nesta sexta-feira, o regulador estendeu o prazo para as inscrições até o dia 11, segunda-feira.
A saga da Oi teve outro capítulo nesta sexta-feira, quando um minoritário pediu a troca da maior parte do Conselho de Administração, evidenciando profundas divisões entre grandes acionistas, que levaram a recentes negociações com credores.
A Alvarez & Marsal apresentou proposta formal à Anatel nesta sexta e o regulador registrou o recebimento, disse uma terceira fonte com conhecimento direto do assunto. O calendário das propostas da Price e da Deloitte não ficou clara.
A Price tem pouca experiência com serviços de administração judicial no Brasil. Mas "um caso como a Oi poderia ser uma boa oportunidade para estrear", disse uma das fontes.
A KPMG também pode concorrer pelo mandato, mas fez auditoria externa para a Oi, o que as fontes disseram que pode significar um conflito de interesses.
A Deloitte atuou como auditora externa da Portugal Telecom SGPS, que se fundiu em 2013 com a Oi. A Deloitte foi depois substituída pela KPMG, segundo documentos da Portugal Telecom.
Um administrador nomeado para gerir a recuperação judicial tem o direito a uma taxa equivalente a até 5 por cento da dívida a ser reestruturada sob a lei de falências. O trabalho é processar e organizar as informações do caso para o juiz.
Dada a escala sem precedentes do caso Oi, tem havido especulação de que o juiz Fernando Viana, que coordena o caso, possa nomear dois tribunais administradores, disseram as fontes.
Alvarez, Price, Deloitte e KPMG se recusaram a fazer comentários.
(Por Ana Mano; com reportagem adicional de Tatiana Bautzer)