Por Andreas Framke e Tom Sims
BERLIM/FRANKFURT (Reuters) - Deutsche Bank e Commerzbank enfrentaram preocupações de sindicatos de trabalhadores, do gabinete da chanceler Angela Merkel e de importantes acionistas nesta segunda-feira, após confirmarem as conversas sobre fusões.
Combinar os dois maiores bancos da Alemanha pode resultar em 30 mil perdas de emprego, alertou um sindicato, levando o chefe de gabinete de Merkel a dizer que o governo está examinando a questão.
O chefe da chancelaria, Helge Braun, disse ao jornal Bild que seria "difícil" se milhares de empregos fossem cortados, alertando que o governo "nunca foi passivo quando se trata de negócios de tal magnitude".
Juntos, os dois bancos empregam 140 mil pessoas em todo o mundo, 91.700 no Deutsche e 49 mil no Commerzbank, e uma instituição resultante da fusão teria um quinto do mercado alemão de banco de varejo.
Os conselhos de supervisão de ambos os bancos devem se reunir na quinta-feira, com a fusão provavelmente no topo da agenda.
No entanto, dois dos principais acionistas do Deutsche Bank expressaram desaprovação, com um questionando não apenas a lógica, mas também o momento do acordo.
"Não há razão óbvia para a fusão desses dois bancos", disse uma pessoa próxima a outro acionista.
E, embora a Standard & Poor's, que rebaixou o rating do Deutsche Bank no ano passado, tenha dito uma fusão bem executada poderia gerar eficiências, a agência de classificação de crédito também alertou que um acordo "acarretaria incertezas e riscos significativos".
Além dos riscos regulatórios e de antitruste, uma fusão significaria "vários anos mais de reestruturação interna significativa", enquanto os concorrentes avançam.