Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A francesa Engie fechou a aquisição de uma empresa brasileira de iluminação, a Sadenco, em negócio que marca a entrada da companhia no setor e abre espaço para que o braço de serviços do grupo entre na disputa por contratos de parcerias público-privadas (PPPs) de iluminação pública, disseram executivos da Engie Brasil à Reuters nesta sexta-feira.
A operação, cujo valor não foi revelado, foi fechada na véspera e agregará 250 mil pontos de iluminação pública ao portfólio da Engie, que opera atualmente cerca de 1,5 milhão de pontos de iluminação pública no mundo.
O CEO da Engie Brasil, Maurício Bähr, disse que o negócio será uma plataforma para a busca por novas oportunidades no setor no país por meio de PPPs e também poderá gerar sinergias com outros produtos da área de serviços da companhia.
"A rede de iluminação é um sistema neural de uma cidade, pois nela é possível 'embarcar' outras soluções, como câmeras de segurança, serviços de internet, entre outras", afirmou, em nota.
A Sadenco, que tem atuação na operação e manutenção de sistemas de iluminação pública em Santa Catarina, com presença em Florianópolis, Blumenau, Joinville, além de Porto Alegre (RS) e Santos (SP), é uma das empresas que atua no setor, que antes tinha serviços prestados pelas distribuidoras de eletricidade.
A Engie, maior companhia privada de geração elétrica no Brasil, tem realizado aquisições para ampliar suas operações em serviços de energia no país, como a recente compra da consultoria GV Energy e da empresa de eficiência energética ACS.
Mas o grupo também mira outros negócios, voltados a cidades, como a oferta de serviços de monitoramento com câmeras e até a gestão de aeroportos.
"Com essa aquisição, a estimativa é chegar ao final do ano que vem com um faturamento beirando os 500 milhões de reais nessa área de serviços", disse à Reuters o diretor de Soluções da Engie Brasil, Leonardo Serpa.
Ele adicionou que a empresa já tem avaliado negócios a disputar no setor de iluminação, como PPPs que poderão ser lançadas no curto e médio prazos por cidades como Porto Alegre (RS), Teresina (PI), Macapá (AP), Natal (RN) e Rio de Janeiro (RJ).
"Essa é uma das principais estratégias nossas. Uma PPP tem muito o 'DNA' do que a Engie faz no Brasil na parte de geração (de energia). São projetos de capex (investimento) intensivo, contratos de longo prazo, então a gente fica confortável de entrar", explicou.
Segundo o executivo, estão no radar da Engie principalmente PPPs cuja realização tem sido assessorada por instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Mundial e a Caixa Econômica Federal.
"Se a gente tiver sucesso nessas PPPs isso pode, sim, ser uma parcela muito significativa do nosso braço de soluções, e também da Engie Brasil como um todo", afirmou.
(Por Luciano Costa)