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EXCLUSIVO-Hygo pode desistir de listagem em NY após citação de CEO na Lava Jato, dizem fontes

Publicado 30.09.2020, 16:53
© Reuters. Plataforma de petróleo da Seadrill, empresa envolvida nas investigações da Lava Jato

Por Sabrina Valle e Jonathan Saul

RIO DE JANEIRO/LONDRES (Reuters) - A empresa de gás natural liquefeito Hygo Energy adiou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) por várias semanas, e pode desistir totalmente da listagem, após seu presidente-executivo ser citado na fase inicial de uma investigação da operação Lava Jato, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.

Eduardo Antonello, que não foi formalmente acusado pelas autoridades brasileiras, afastou-se do cargo na terça-feira para se defender das alegações, afirmaram a defesa do executivo e a Hygo em e-mails.

A negociação das ações da Hygo, uma joint venture entre a Golar LNG e a empresa norte-americana de private equity Stonepeak Infrastructure Partners, estava prevista para começar na quinta-feira passada, mas a operação foi adiada após a Bolsa de Valores de Nova York suspendê-la sem explicar o motivo.

Desde então, Hygo e Golar declinaram de comentar o cronograma para o IPO.

Na terça-feira, a defesa de Antonello disse em nota por e-mail que alegações falsas de corrupção feitas por criminosos confessos foram divulgadas prematuramente e sem provas pelas autoridades brasileiras, com injusto dano de reputação para o executivo.

A investigação pode interromper um IPO de 485 milhões de dólares, que tinha por objetivo promover no Brasil o uso do gás natural líquido como alternativa mais limpa ao diesel, petróleo e carvão. O movimento também coincide com a tentativa do país de abrir sua indústria de gás natural para investidores privados.

"O entrave deve ter um impacto na avaliação da Hygo e possivelmente na capacidade da empresa de conquistar novos negócios", disse Benjamin Nolan, analista da Stifel, em nota enviada a clientes na semana passada, referindo-se à investigação.

Nolan disse que um retorno para acionistas da Golar deve demorar mais, inclusive por possíveis condições menos favoráveis para a empresa rolar sua dívida. Mesmo assim, o analista manteve a recomendação de compra.

"Apesar do risco elevado, nós acreditamos que o potencial de ganho é substancial e continuaríamos sendo compradores", acrescentou.

A Hygo afirmou em comunicado que o afastamento de Antonello "não está ligado, de forma alguma, a qualquer ação ou conduta imprópria durante sua passagem pela Hygo". As alegações contra o executivo remetem a 2011.

Segundo uma das fontes, a Hygo contratou o escritório de advocacia Simpson Thacher & Bartlett para avaliar a viabilidade do prosseguimento do IPO.

O IPO será colocado em compasso de espera até que os advogados emitam um relatório nas próximas semanas, disse a primeira fonte, que pediu para não ser identificada em razão da sensibilidade do assunto. A segunda fonte também disse que o IPO foi adiado, acrescentando que os planos podem ser abandonados.

A Simpson Thacher & Bartlett não respondeu de imediato a pedidos por comentários via telefone e e-mail.

A Hygo disse, em e-mail à Reuters, que espera retomar os planos do IPO dentro de seis semanas. Questionada sobre a contratação de Simpson Tacher, a companhia reconheceu que possui uma empresa especializada para a condução de "due diligence" interno, mas não divulgou o nome da firma.

A Hygo reforçou que não há irregularidades ligadas ao período em que Antonello trabalhou na empresa.

As ações da Golar LNG perderam cerca de metade de seu valor desde que a polícia brasileira executou os mandados de busca e apreensão, na quarta-feira passada.

A Stonepeak e a Bolsa de Valores de Nova York não responderam imediatamente a pedidos por comentários.

A Golar LNG, assim como a Hygo, disse que as alegações contra Antonello datam de um período anterior ao estabelecimento da empresa.

© Reuters. Plataforma de petróleo da Seadrill, empresa envolvida nas investigações da Lava Jato

As funções do executivo serão assumidas de maneira temporária pelo conselho de administração da Hygo, afirmou a Golar à Reuters.

A Polícia Federal conduziu na semana passada uma operação surpresa de busca contra o antigo empregador de Antonello, a Seadrill, em endereços que incluíam os escritórios da Golar no Brasil, na fase mais recente da operação Lava Jato.

A Golar disse em comunicado que, "com muita cautela, a Hygo iniciou uma revisão para buscar a confirmação de que não houve qualquer desvio de sua cultura de conformidade em relação ao trabalho do sr. Antonello para a Hygo."

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