Por Costas Pitas
LONDRES (Reuters) - Montadoras britânicas acionaram alguns planos de contingência para o Brexit, como a certificação de modelos na União Europeia, e estão trabalhando para redesenhar cronogramas de produção e estocar mais peças para se defender de qualquer prejuízo com o fim do comércio sem restrições após a saída do Reino Unido do bloco europeu.
As medidas visam assegurar que as fábricas, que dependem da pronta entrega de dezenas de milhares de componentes, possam continuar operando após o Brexit em 29 de março, mas adicionarão custos e burocracia que podem colocar em risco sua viabilidade a longo prazo.
Londres e Bruxelas esperam chegar a um acordo até o final do ano para evitar tarifas e barreiras comerciais, mas as propostas da primeira-ministra, Theresa May, foram criticadas por ambos, que querem uma ruptura mais clara do bloco.
A McLaren Automotive está procurando ter seus carros certificados tanto por uma agência britânica quanto por uma agência da UE para facilitar as vendas. Também está planejando estocar componentes críticos e alterar as remessas para a UE se houverem interrupções por conta do Brexit.
"Eu vou vender um pouco mais em janeiro e fevereiro e planejo aumentar o volume em maio e nos dar um período mais enxuto através do ponto de mudança", disse o presidente-executivo, Mike Flewitt, à Reuters.
A BMW, que anunciou na semana passada que mudaria a parada anual de verão de sua fábrica britânica Mini no próximo ano até abril, está procurando por áreas de estacionamento de caminhões e depósitos em ambos os lados do canal e está tentando assinar contratos para locação em certos locais, disse um porta-voz.
A empresa também está investindo em sistemas de tecnologia da informação para lidar com qualquer tipo de burocracia, já que as montadoras estimam que dezenas de milhares de novos documentos possam ser necessários se tarifas e impostos forem aplicados.
Os planos da montadora alemã de precaução com o Brexit estão custando milhões de libras, disse uma fonte familiarizada com o assunto à Reuters.
(Por Costas Pitas)