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Presidente do partido de Bolsonaro diz que não há planos de privatização da Petrobras no curto prazo

Publicado 10.10.2018, 17:33
© Reuters. Jair Bolsonaro vota no Rio de Janeiro
BBAS3
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PETR4
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Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL) não pretende privatizar a Petrobras (SA:PETR4) no curto prazo, mas não descarta essa possibilidade mais para frente, após um processo de saneamento geral da estatal, disse à Reuters o presidente do PSL, Gustavo Bebianno.

Segundo ele, o processo de saneamento da Petrobras no curto prazo passa obrigatoriamente por extirpar definitivamente da estatal integrantes do PT, MDB e outros grupos que desviaram bilhões de reais da estatal, no que foi conhecido como escândalo do petrolão.

“Não se pode mexer na Petrobras, que é um patrimônio brasileiro e precisa ser tratada como tal”, disse Bebianno à Reuters. “A empresa precisa ser revitalizada, tem que tirar a petralhada toda de lá, tirar o pessoal do MDB de lá e aí pode ser que um dia a gente pense em privatização, mais para frente.”

Ao ser questionado se após esse processo de saneamento ser implantado estaria aberto o caminho para uma privatização no médio prazo, Bebianno disse que sim, “mas muito mais para frente”.

Um dos pilares da campanha de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes se tornou alvo de investigação do Ministério Público Federal do Distrito Federal por supostas fraudes em operações com fundos de pensão de empresas estatais. Bebianno minimizou o caso e disse que o bombardeio dos opositores já era esperado diante da força que Bolsonaro mostrou nas urnas.

“O Paulo Guedes continua firme (conosco)”, disse Bebianno. “Vão tentar nos abalar mas não vão conseguir. É óbvio que... vão continuar batendo”, acrescentou.

Bebianno revelou na entrevista que o grupo de Bolsonaro já teria definido cerca de 40 nomes para a área econômica do eventual governo. Entre os escolhidos estariam nomes para as principais empresas públicas do governo como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (SA:BBAS3).

Ele, no entanto, não quis revelar os nomes.

“Na área econômica já temos 40 nomes que já são do grupo... só posso falar do Paulo Guedes”, disse ele.

Sobre a reforma da Previdência, Bebianno declarou que o assunto está sendo tratado por Guedes.

SEGUNDO TURNO

O presidente do PSL afirmou que o partido e a campanha vem sendo procurados por diversos deputados e senadores dispostos a apoiar Bolsonaro, que terminou o primeiro turno da corrida presidencial com 46,03 por cento dos votos válidos e enfrentará o petista Fernando Haddad no dia 28 de outubro.

Ele citou anúncios já feitos pelo candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, e pelo governador eleito de Goiás pelo DEM, Ronaldo Caiado.

Segundo Bebianno, no “mundo real” a campanha já tem apoio e supostamente votos necessários para garantir a vitória no segundo turno das eleições presidenciais.

O presidente do PSL voltou, no entanto, a levantar dúvidas sobre a lisura do processo de votação eletrônica, como Bolsonaro já havia feito logo após a definição do segundo turno entre ele e Haddad.

“No mundo real (já temos os votos) sim. Era para no mundo real ter ido no primeiro turno, mas com essas urnas inauditaveis!”, disse “Por que a resistência ao voto impresso em algo que não é auditável?... O TSE vive dizendo que é seguro mas não deixa ninguém auditar", finalizou.

© Reuters. Jair Bolsonaro vota no Rio de Janeiro

No último sábado, antes da votação em primeiro turno, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, afirmou que o sistema de votação eletrônico é "ágil, seguro, confiável e, sobretudo, auditável". [nL2N1WM05M]

(Edição de Alexandre Caverni, Tatiana Ramil e Eduardo Simões)

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