📖 Guia da Temporada de Balanços: Saiba as melhores ações escolhidas por IA e lucre no pós-balançoLeia mais

STF suspende venda de refinarias da Petrobras e TAG; empresa deve recorrer

Publicado 27.05.2019, 19:13
© Reuters. Ministro Edson Fachin durante sessão do STF
IBOV
-
PETR4
-
EGIE3
-

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar que suspende processos de venda de ativos da Petrobras (SA:PETR4), como refinarias, a unidade de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa) e a Transportadora Associada de Gás (TAG), este último um negócio bilionário que já fora efetivado pela estatal.

A liminar de Fachin da última sexta-feira cassou decisão de janeiro passado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que havia derrubado decisão provisória anterior contra a venda pela Petrobras da unidade de gasodutos TAG, segundo documento obtido pela Reuters nesta segunda-feira.

Com a sentença do STJ, a Petrobras pôde fechar no mês passado acordo para vender 90% da TAG para um grupo liderado pela elétrica francesa Engie (SA:EGIE3) por 8,6 bilhões de dólares.

Mas Fachin disse que a decisão do STJ afrontou determinação anterior do ministro do STF Ricardo Lewandowski, "ainda que por vias oblíquas ou indiretas, ao permitir a continuidade do procedimento de venda de ativos sem a necessária e prévia licitação e sem a necessária autorização legislativa".

Na liminar, Fachin destacou ainda que é necessário que o plenário do Supremo decida sobre se esses tipos de operações devem ou precedidos de "procedimento licitatório e autorização legislativa".

O advogado Ali El Hage, do escritório Veirano, disse que a decisão "compromete bastante" o avanço do plano de desinvestimentos da Petrobras e coloca mais pressão para que o plenário do Supremo decida essa questão em definitivo.

"É difícil continuar com essa incerteza por muito tempo", disse Hage, que representa clientes interessados em participar de negócios com a estatal.

A decisão de Fachin relacionada às refinarias ainda cita um plano anterior da Petrobras, de vender 60 por cento da participação em ativos de refino e logística no Nordeste e Sul do país.

Ao final de abril, a Petrobras atualizou seu plano de venda de refinarias, dizendo que pretende vender oito unidades de refino. Uma fonte da empresa disse à Reuters que a companhia poderia levantar até 20 bilhões de dólares com a venda dos ativos.

A Engie, que participou do processo de compra da TAG, não comentou o assunto imediatamente.

EMPRESA DEVE RECORRER

A decisão judicial já chegou ao conhecimento da Petrobras, que irá recorrer para manter os desinvestimentos, afirmou à Reuters uma fonte da estatal com conhecimento do assunto.

Em nota, a estatal afirmou que ainda não foi intimada da decisão de Fachin e que avaliará o assunto e tomará "as medidas cabíveis em prol dos seus interesses e de seus investidores".

"A Petrobras reforça a importância dos desinvestimentos através da gestão de portfólio para a redução do seu nível de endividamento e geração de valor, em linha com seu Plano de Negócios e Gestão 2019-2023 e Plano de Resiliência", reforçou a a empresa.

Já o Sindipetro Unificado-SP, um dos sindicatos que entrou com a ação contra os desinvestimentos, comemorou a liminar como "mais uma vitória" em seu movimento contra privatizações na Petrobras.

Os trabalhadores apontam "uma série de irregularidades" no processo de venda de ativos, incluindo a dispensa de licitação, o que segundo eles violaria a liminar anterior do ministro Lewandowski citada por Fachin.

© Reuters. Ministro Edson Fachin durante sessão do STF

As ações preferenciais da Petrobras reduziram a alta ao longo do pregão e fecharam com ganhos de 0,57 por cento, enquanto o Ibovespa subiu 1,32%.

(Por Ricardo Brito em Brasília e reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.