Por Christopher Bing e Raphael Satter e Joseph Menn e Dan Williams e Michele Kambas
WASHINGTON (Reuters) - Uma falha no software da Apple (NASDAQ:AAPL) explorada pela empresa israelense de espionagem NSO Group para invadir iPhones em 2021 foi simultaneamente aproveitada por uma companhia concorrente, segundo cinco pessoas familiarizadas com o assunto.
A QuaDream, disseram as fontes, é uma empresa israelense que também desenvolve ferramentas de invasão de smartphones.
As duas rivais conseguiram a mesma capacidade no ano passado de invadir remotamente iPhones, de acordo com as cinco fontes, o que significa que ambas podem comprometer telefones da Apple sem que os usuários precisem clicar em algum link, recurso conhecido como “zero-click".
Analistas acreditam que as capacidades da NSO e da QuaDream eram semelhantes porque aproveitaram muitas das mesmas vulnerabilidades escondidas na plataforma de mensagens instantâneas da Apple e usaram uma abordagem comparável para implantar software de invasão em dispositivos de seus alvos, de acordo com três das fontes.
A Reuters fez repetidas tentativas de entrar em contato com a QuaDream. Um jornalista da Reuters na semana passada visitou o escritório da QuaDream, em Ramat Gan, no subúrbio de Tel Aviv, mas ninguém recebeu a reportagem.
Um porta-voz da Apple se recusou a comentar sobre a QuaDream ou dizer se há alguma ação que a companhia planeja tomar em relação à empresa.
As empresas de espionagem há muito argumentam que vendem tecnologia para ajudar os governos a frustrar ameaças à segurança nacional. Mas grupos de direitos humanos e jornalistas documentaram repetidamente o uso de seus produtos para atacar a sociedade civil, minar a oposição política e interferir em eleições.
Em novembro, a NSO foi colocada em uma lista negra comercial do Departamento de Comércio dos EUA após as denúncias.