Washington, 4 jun (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, se mostrou aberto à possibilidade de baixar as taxas de juros para apoiar a expansão econômica diante da inquietação gerada pelas disputas comerciais entre os Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros, como China e México, segundo disse nesta terça-feira durante uma conferência realizada em Chicago.
"Eu gostaria primeiro de dizer algumas palavras sobre os recentes eventos relacionados com as negociações comerciais e outros assuntos. Não sabemos como ou quando estes temas serão resolvidos", indicou Powell no início de sua participação em uma conferência de política monetária organizada pelo Fed de Chicago.
"Estamos monitorando de perto as implicações destes fatos para as perspectivas econômicas dos EUA e, como sempre, atuaremos de maneira apropriada para sustentar a expansão com um forte mercado de trabalho e uma inflação perto de nosso objetivo simétrico de 2%", acrescentou.
A próxima reunião do Fed sobre política monetária será realizada nos dias 18 e 19 de junho e nela serão apresentadas as novas projeções macroeconômicas.
As palavras de Powell foram ditas em um momento de intensificação das tensões comerciais com a elevação das taxas de (10% para 25%) sobre importações chinesas avaliadas em US$ 250 bilhões e a recente ameaça do presidente Donald Trump de sobretaxar a partir da próxima semana todos os produtos procedentes do México.
A China, como resposta, anunciou encargos similares a importações americanas avaliadas em US$ 60 bilhões.
Desde o começo do ano, o Banco Central americano destacou que optará pela paciência na hora de aumentar os juros nos EUA, que atualmente estão na categoria de entre 2,25% e 2,50%.
Os últimos indicadores econômicos reforçaram a boa saúde da economia americana, com um ritmo de crescimento anual de 3,1% no primeiro trimestre e uma taxa de desemprego que fechou abril em 3,6%, em níveis não vistos em quase meio século.