Por Gabriel Codas
Investing.com - As ações da Gerdau (SA:GGBR4) opera com ligeira baixa depois de reportar que encerrou último trimestre de 2019 com lucro líquido 74% menor e menor que a expectativa do mercado. Os papéis da siderúrgica chegaram a ter uma forte queda nos primeiros negócios da manhã, chegando a liderar as perdas do Ibovespa.
Assim, por volta das 12h15, os ativos tinham uma pequena baixa de 0,29% a R$ 20,47. As ações chegaram a ter uma queda de mais de 4% durante a manhã, com piso de R$ 19,47.
Balanço
A companhia teve lucro líquido de R$ 102 milhões nos três últimos meses do ano passado, ante previsão média de analistas compilada pela Refinitiv de R$ 362 milhões. O resultado foi pressionado por queda nos preços internacionais do aço e demanda menor pelos produtos da divisão de aços especiais no Brasil e nos Estados Unidos.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 19,4% no período, para R$ 1,13 bilhão, ficando também abaixo da expectativa média do mercado, de R$ 1,31 bilhão, segundo a Refinitv.
A produção de aço bruto da divisão de aços especiais, voltada para indústrias como automotiva e petrolífera, despencou 33% no período e as vendas recuaram 28%. Com isso, o Ebitda da unidade desabou 50%, para R$ 113 milhões e a margem retrocedeu de 11,4% para 8,1%.
A Gerdau (SA:GGBR4) afirmou que no Brasil a produção caiu por causa de parada em usina de Mogi das Cruzes (SP) e as vendas tiveram queda por causa da contínua redução das exportações da indústria de veículos nacional, que tem a Argentina como seu principal cliente.
Nos Estados Unidos, a divisão de aços especiais produziu e vendeu menos “em virtude da menor demanda no setor de óleo e gás e da redução na produção automotiva no período”, afirmou a Gerdau (SA:GGBR4).
Fora da divisão de aços especiais, a Gerdau (SA:GGBR4) teve crescimento nas vendas de aços longos, voltados para a indústria de construção civil. As vendas no mercado interno da unidade “Brasil” da Gerdau subiram 14% no quarto trimestre sobre um ano antes, puxadas pelo incremento de 15% no volume de longos e de 11,4% no de planos.
Segundo a Gerdau (SA:GGBR4), este movimento evidencia “melhor demanda nos mercados de construção civil e da indústria. Vale ressaltar que as vendas de concreto armado (vergalhão e corte e dobra) aumentaram 17% e as vendas de chapas grossas aumentaram 36% no mesmo período”.
Apesar disso, o Ebitda ajustado da operação Brasil da Gerdau (SA:GGBR4) caiu 16% e a margem recuou de 16,4% no quarto trimestre de 2018 para 13,4% nos últimos três meses de 2019.
A Gerdau (SA:GGBR4) terminou o ano passado com relação dívida líquida sobre Ebitda de 1,67 vez, redução ante o nível de 1,71 vez do fim de 2018 e do múltiplo de 1,96 vez ao final de setembro.